sábado, 1 de agosto de 2020

Pe MÁRIO DUAS versões

Em fins de 1968, conheci Doutor Mário Lajes em Paris, onde era um dos bolseiros residentes na "Casa de Portugal" da Cidade Universitária, tal como eu própria. É sobre esse tempo que escreverei breves linhas, apenas notas soltas, circunstanciais, recolhidas de entre as memórias (as boas memórias!) que de então ficaram.
Primeira impressão, que iria confirmar: ali estava o mais erudito de todos nós, embora fosse absolutamente natural e despretensioso, muito comunicativo, mas sempre discreto. E saliento estes seus traços, em particular, porque foram, a meu ver, determinantes no papel central assumido no círculo de amigos que rapidamente iria ganhar contornos naquele lugar, recriando uma espécie de fronteira intangível do nosso país,que se fazia presente connosco - uma geração nova, expectante e desejosa de mudanças. Expatriados por período certo, com objectivo muito concreto de completar estudos…

Sabemos, todos, o trabalho que, nas décadas seguintes, preencheu a sua vida, como sacerdote, professor, investigador, cidadão empenhado nas questões sociais, no mundo da cultura, capaz de conjugar uma multiplicidade de dons e qualidades em acções admiráveis e em missões sempre marcadas pela generosidade.
Esse futuro já então de algum modo se podia predizer…

O Padre Mário (como sempre, até hoje, lhe chamei) foi, de facto, aí, onde era mais fácil e fraterna a aproximação entre “emigrados”, o suporte da pequena “comunidade” (mais uma, no infinito rol das comunidades portuguesas espalhadas, transitória ou duradouramente, pelo globo…) nascida, assim, de forma espontânea, sem precedência de qualquer manifesto propósito de agir no campo político ou social – em boa verdade, sem outra intenção inicial que não fosse a de um puro e simples convivência e entreajuda.
A primeira foto de grupo foi tirada (quem diria?) à volta de um enorme boneco de neve, no Parque Montsouris - do outro lado do Boulevard Jourdan, que é uma das fronteiras da "Cité. Irresistível, pelo visto, assinalar a alegria de "gente do sul" perante aquela alvíssima beleza do primeiro dos nevões do inverno parisienses. E lá está, entre muitos rostos sorridentes, o Padre Mário, que, se bem me lembro, foi dos que mais bolas de neve jogaram para os restantes retratados…
A data: Novembro de 68. Éramos ainda, na quase totalidade, recém-chegados a Paris e, apesar disso, o “colectivo” já estava formado, com praticamente os mesmos componentes que o haviam de constituir, sem cisões nem conflitos, ao longo de dois anos académicos. O que, sem dúvida, atribuo a uma amável liderança não imposta, não declarada e nem sequer assumida, mas nem por isso menos influente, do núcleo central, onde se distinguia (não querendo distinguir-se!) o Padre Mário.
Superior cultura, simpatia, disponibilidade, bom conselho - tudo dado a todos, igualmente – contribuíram para o transformar em elo de ligação no meio de um complexo heterogéneo de especialistas com diversos estatutos e interesses nos mais variados domínios das ciências, letras e artes. A boa disposição e sentido de humor, eram comuns a todos os oriundos desses múltiplos ramos do saber - e abundavam… a começar pelo próprio Padre Mário. Na conversa que fluía, nas divagações de natureza intelectual, nas inquietações de ordem social ou moral, ele era invariavelmente o mais importante dos interlocutores, Porém,os seus ensinamentos estendiam-se, também, a matérias de ordem muito prática, como a indicação de livrarias onde os estudantes tinham descontos, as últimas novidades bibliográficas, os livros a ler - devo-lhe a introdução do que viria a ser um dos meus autores favoritos, P.G. Wodehouse - os filmes a ver, os mais agradáveis (e económicos) restaurantes do "Quartier Latin" … Ao fim-de-semana, não raras vezes, organizava passeios de "turismo cultural" - visitávamos catedrais, igrejas, museus. Tudo se tornou mais fácil, à medida que alguns foram comprando carros e dando boleia aos outros.
O Padre Mário escolheu um ágil "Austin mini". O que ninguém anteviu foi a sua transformação ao volante… Do ponderado e sereno doutorando não se esperava que fosse, mas era, um dos mais velozes e ousados, e também dos mais hábeis – felizmente! – automobilistas, daqueles que vertiginosamente serpenteavam ao longo das medonhos filas de transito da cidade. Em diversas ocasiões deixou à distância, quando não perdeu definitivamente, até ao destino final, quem o tentava seguir, em caravana, conforme plano bem delineado (et pour cause..) para os passeios dominicais.
A rodagem do automóvel (coisa que os mais novos ignoram para que servia...) iniciava-se, quase sempre, numa viagem aos Países Baixos. Amesterdão ficava à distância ideal, por boa estrada. O Padre Mário não fugiu à regra. À entrada de Amesterdão deparou com um local muito pitoresco, uma ponte graciosa sobre um estreito braço de água. Achou que não teria dificuldade em o situar e saiu ali, logo, apressado, para ver a cidade a pé, com os seus companheiros de jornada. É certo que foram atravessando mais e mais lugares pitorescos, todos muito semelhantes ao primeiro, mas não se preocuparam com o facto. Depois, na hora de voltar, é que surgiu o problema: em qual dos infindáveis canais do extenso burgo, todos aparentemente idênticos, estaria o "Mini"? Foram horas de busca!
Esta sua faceta de "sábio distraído" foi uma das que depressa aprendemos a reconhecer. Não era propriamente defeito que se lhe apontasse, mas podia ter inconvenientes, sempre, porém, resolvidos com optimismo e alegria…
Outro improvável domínio em que foi, para muitos de nós, um verdadeiro mestre: a fotografia, incluindo a revelação dos filmes, em "laboratório". A "Cité" dispunha, embora isso não fosse do conhecimento geral, instalações e estúdios modestos mas funcionais que, graças a ele, pudemos utilizar. E tão bem com ele aprendemos a arte, que as provas, aí reveladas, por nossas mãos de aprendizes, ainda hoje conservam a nitidez original. Até Nadir Afonso beneficiou do talento de “Mário Lages – fotógrafo de arte”, a quem se deve o registo iconográfico do seu magnífico livro de pinturas editado em Paris.

Havia também "Mário Lages - o desportista". O fim das manhãs de domingo, depois da missa na Igreja de Gentilly, quando a meteorologia o permitia, era, às vezes, passado colectivamente (um colectivo reduzido, claro...) no campo de jogos, que ficava mesmo em frente da portaria da Casa de Portugal. Era sair, dar dois passos e estávamos no estádio, que convidava a umas saudáveis corridas. Também aí o Padre Mário era dos mais rápidos…

Provou-o naquele 14 de Julho de 1969, que se tornou o dia mais perigoso das nossas vidas em Paris. Sintetizando: estávamos em paz e sossego, como era nosso timbre, tomando um café na esplanada de uma estreita rua do “Quartier Latin”, povoada de festivos cafés e restaurantes, sem ver nem ouvir o que quer que fosse de suspeito, quando a polícia irrompeu lá do alto, "varrendo" à bastonada as esplanadas. Engrossou a multidão em fuga, em que nos vimos envolvidos, correndo - não por mero desporto, dessa vez, e não sem que alguns fossem vítimas da kafkiana violência, de vitupérios racistas e da desordem geral, promovida, unilateralmente, pelas forças da ordem. Uma espécie de Maio 68, com os actores trocando de papel... Por sorte, os mais desafortunados sofreram apenas ligeiros hematomas na cabeça - ou "galos" na linguagem popular.
Era Paris logo depois da “revolução” de Maio… Na rua, a polícia de choque era ainda presença muito visível, mas as escaramuças poucas e, quase sempre, mais fáceis de adivinhar do que as desse “14 Juillet”… Na Cidade Universitária, pelo contrário, a paz foi, no pós Maio 68,raramente perturbada, e nunca à nossa volta. Era a nossa “cidade dentro da cidade”, onde o convívio quotidiano logo dera lugar à amizade. Muito por causa do Padre Mário e de outros sacerdotes, que, residindo ou não na “Cité”, connosco reuniam, nos tempos livres, vimo-nos rotulados como “grupo de católicos progressistas”… Na realidade, alguns eram, e outros não, católicos praticantes, e a maioria não tinha qualquer forma de envolvimento político - acho que nos unia, sim, a crença nos valores do cristianismo e da democracia, uma certa forma de de estar na vida e de olhar o futuro. Recordo os infindos debates e conversas nas salas da Casa de Portugal, enquanto íamos tomando o café arménio do Padre Mário, feito de acordo com receita tradicional, numa cafeteira étnica, (oferta dos seus colegas de Estudos Arménios) de sólido metal, base alargada, para, após a fervura, permitir que se deposite o pó, que um ligeiro agitar com colher deixa em suspenso, no líquido saborosamente mais espesso...

O regresso a Portugal significou a inevitável dispersão. Em 4 décadas, poucas foram as oportunidades de reencontro. Mas a amizade perdura. E esta é a hora de dizer ao Padre Mário que o primeiro ensinamento que me ficou de Paris foi o seu modelo de relacionamento com os outros. Inspirador, para seguirmos a nossa caminhada pela vida fora, procurando – não necessariamente conseguindo… - agir com o mesmo espírito de tolerância, a mesma sensibilidade para os problemas de cada sociedade e de cada pessoa, em cada tempo novo.
Obrigada, Padre Mário, por ser como é.

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Em fins de 1968, conheci Doutor Mário Lajes em Paris, onde era um dos bolseiros residentes na "Casa de Portugal" da Cidade Universitária, tal como eu própria. É sobre esse tempo que escreverei breves linhas, apenas notas soltas, circunstanciais, recolhidas de entre as memórias (as boas memórias!) que de então ficaram.
O Padre Mário já era, como é, erudito, mas despretensioso, natural e comunicativo, mas sempre discreto. E saliento estes seus atributos, em particular, porque foram, a meu ver, determinantes no papel central assumido no círculo de amigos que rapidamente iria traçar contornos naquela residência de estudantes, recriando uma espécie de fronteira intangível do nosso país, ali presente connosco - uma geração nova, expectante e desejosa de mudanças. Expatriados por período certo, com objectivo muito concreto…

Sabemos, todos, o trabalho que, nas décadas seguintes, preencheu a sua vida, como sacerdote, professor, investigador, cidadão empenhado nas questões sociais, no mundo da cultura, capaz de conjugar uma multiplicidade de dons e qualidades em acções admiráveis e em missões sempre marcadas pela generosidade.
Esse futuro já então de algum modo se podia predizer…

O Padre Mário (como sempre, até hoje, lhe chamei) foi, de facto, aí, onde era mais fácil e fraterna a aproximação entre “emigrados”, o suporte da pequena “comunidade” (mais uma, no infinito rol das comunidades portuguesas espalhadas, transitória ou duradouramente, pelo globo…) nascida, assim, de forma espontânea, sem precedência de qualquer manifesto propósito de agir no campo político ou social – em boa verdade, sem outra intenção inicial que não fosse a de um puro e simples convivência e entreajuda.
A primeira foto de grupo foi tirada (quem diria?) à volta de um enorme boneco de neve, no Parque Montsouris - do outro lado do Boulevard Jourdan, que é uma das fronteiras da "Cité. Irresistível, pelo visto, assinalar a alegria de "gente do sul" perante aquela alvíssima beleza do primeiro dos nevões do inverno parisienses. E lá está, entre muitos rostos sorridentes, o Padre Mário, que, se bem me lembro, foi dos que mais bolas de neve jogaram para os restantes retratados…
A data: Novembro de 68. Éramos ainda, na quase totalidade, recém-chegados a Paris e, apesar disso, o “colectivo” já estava formado, com praticamente os mesmos componentes que o haviam de constituir, sem cisões nem conflitos, ao longo de dois anos académicos. O que, sem dúvida, atribuo à capacidade de liderança não imposta, não declarada e nem sequer assumida, mas nem por isso menos influente, do núcleo central, onde se distinguia (não querendo distinguir-se!) o Padre Mário!
Cultura superior, simpatia, disponibilidade, bom conselho - tudo dado a todos, igualmente – contribuíram para o transformar num "líder" imprevisto, mas consensual e ficaz, no meio de um complexo heterogéneo de especialistas nos mais variados domínios das ciências, letras e artes. A boa disposição e sentido de humor, eram comuns a todos os ramos do saber e abundavam… a começar pelo próprio Padre Mário. Na conversa que fluía, nas divagações de natureza intelectual, nas inquietações de ordem social ou moral, ele era invariavelmente o mais importante dos interlocutores, Porém,os seus ensinamentos estendiam-se, também, a matérias de ordem muito prática e concreta, como a indicação de livrarias onde os estudantes tinham descontos, as últimas novidades bibliográficas, os livros a ler - devo-lhe a introdução do que viria a ser um dos meus autores favoritos, P.G. Wodehouse - os filmes a ver, os mais agradáveis (e económicos) restaurantes do "Quartier Latin" … Ao fim-de-semana, não raras vezes, organizava passeios de "turismo cultural", por Paris e arredores - visitávamos catedrais, igrejas, museus. Tudo se tornou mais fácil, à medida que alguns foram comprando carros e dando boleia aos outros.
O Padre Mário escolheu um ágil "Austin mini". O que ninguém anteviu foi a sua transformação ao volante… Do ponderado e sereno doutorando não se esperava que fosse um dos mais velozes e ousados, e também dos mais hábeis – felizmente! – autombilistas, daqueles que vertiginosamente serpenteavam ao longo das medonhos filas de transito da cidade. Mas era! Em diversas ocasiões deixou à distância, quando não perdeu definitivamente, até ao destino final, quem o tentava seguir, em caravana, conforme plano bem delineado (et pour cause..) para os passeios dominicais".
A rodagem do automóvel (coisa que os mais novos ignoram para que servia...) começava, quase sempre, numa viagem aos Países Baixos. Amesterdão ficava à distância ideal, por boa estrada. O Padre Mário não fugiu à regra. À entrada a Amesterdão deparou com um local muito pitoresco, uma ponte graciosa sobre um estreito braço de água. Achou que não teria dificuldade em o situar e saiu ali, logo, apressado, para ver a cidade a pé, com os seus companheiros de jornada. É certo que foram atravessando mais e mais lugares pitorescos, todos muito semelhantes ao primeiro, mas não se preocuparam com o facto. Depois, na hora de voltar, é que surgiu o problema: em qual dos infindáveis canais de Amesterdão, todos aparentemente idênticos, estaria o "Mini"? Foram horas de busca!
Esta sua faceta de "sábio distraído" foi uma das que depressa aprendemos a reconhecer. Não era propriamente defeito que se lhe apontasse, mas podia ter inconvenientes, sempre, porém, resolvidos com optimismo…
Outro improvável domínio em que foi, para muitos de nós, um verdadeiro mestre: a fotografia, incluindo a revelação dos filmes, em "laboratório". A "Cité" dispunha, embora isso não fosse do conhecimento geral, instalações e estúdios modestos mas funcionais que, graças a ele, pudemos utilizar. E tão bem com ele aprendemos a arte, que as provas, aí reveladas, por nossas mãos de aprendizes, ainda hoje conservam a nitidez original. Até Nadir Afonso beneficiou do talento do “Padre Mário – fotógrafo de arte”, pois foi ele que lhe compôs a iconografia para um magnífico livro de pinturas!

O fim das manhãs de domingo, depois da missa na Igreja de Gentilly, quando a meteorologia o permitia, era, às vezes, dedicado ao desporto - no campo de jogos que ficava justamente em frente da portaria da Casa de Portugal. Era só sair, dar dois passos e estávamos no estádio, tão convidativo para umas saudáveis corridas. Também aí o Padre Mário era dos mais rápidos…

Provou-o naquele 14 de Julho de 1969, que se tornou o dia mais perigoso das nossas vidas em Paris. Sintetizando: estávamos em paz e sossego, como era nosso timbre, tomando um café na festiva esplanada de uma ruela do “Quartier Latin”, sem ver nem ouvir o que quer que fosse de suspeito, quando a polícia irrompeu do cimo da rua, "varrendo" à bastonada as esplanadas, de alto a baixo. Engrossou a multidão em fuga, em que nos vimos envolvidos, correndo - não por mero desporto, dessa vez, e não sem que alguns fossem vítimas da kafkiana violência, de vitupérios racistas e da desordem geral, promovida, unilateralmente, pelas forças da ordem. Uma espécie de Maio 68, com os actores trocando de papel... Por sorte, os mais desafortunados sofreram apenas ligeiros hematomas na cabeça - ou "galos" na linguagem popular.
Era Paris logo depois da “revolução” de Maio…
Na rua, a polícia de choque era ainda presença muito visível, mas as escaramuças poucas e, quase sempre, mais previsíveis do que a desse 14 Juillet…
Na televisão vimos, por exemplo, o General De Gaulle fazer o seu último discurso Eddi Merkxs ganhar o Tour, o homem marchar sobre a lua, Amílcar Cabral e o General Spínola (a falarem sobre a guerra da Guiné- Bissau), Spínola impressionando os franceses com o seu monóculo...
Mas não víamos demasiadamente a tv – para além dos noticiários. Depois do jantar na cantina, ou dos nossos jantares em grupo, nos salões da “Residência” (que os disponibilizava, graciosamente, a pedido de qualquer um de nós) a regra era ficarmos à conversa, tomando o café arménio, que o Padre Mário fazia de acordo com a receita tradicional, numa cafeteira étnica, (oferta dos seus colegas de Estudos Arménios). Uma cafeteira de metal, base alargada, onde, após a fervura, se deposita o pó, que um ligeiro agitar com colher deixa em suspenso, para se bebido no líquido, ao qual dá uma espessura exótica. E falávamos de Portugal, da França, de sociedade, tão cheias de contradições e de impasses. Da Europa, a que queríamos pertencer por bons motivos para além dos da geografia e da história antiga - com expectativas diversas que sobre as mutações que começam apenas a desenhar-se entre nós.
Estávamos, todos, em fase de procura de valorização académica, de vontade de compreensão, de reflexão de espera e antevisão e do que nos caberia fazer no futuro
O convívio quotidiano logo dera lugar à amizade, à partilha de ideias, de experiências, de preocupações sociais, de planos e iniciativas, numa forma dinâmica de relacionamento, num grupo que as circunstâncias, de algum modo, fechavam ao exterior, reforçando-o no interior.
Muito por causa do Padre Mário e de outros sacerdotes, que, residindo ou não na “Cité”, connosco reuniam nos tempos livres, passamos a ser rotulados como “grupo de católicos progressistas”… Na realidade, alguns eram, e outros não, católicos praticantes, e a maioria não tinha aquela forma de envolvimento político que a referência a "progressismo" fazia antever. Em todo o caso, acho que se pode ir ao ponto de afirmar que nos unia a crença nos valores do cristianismo e da democracia

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