terça-feira, 31 de maio de 2011

MELINA MERCOURI



Atenas 1984. Porquê o encontro com a famosa actriz?


A resposta é óbvia, mas nem todos a sabem, porque nem todos se recordarão de que ela foi Ministra da Cultura, e, nessa qualidade, a responsável pelas políticas para os gregos expatriados. Era, pois, a minha interlocutora para o diálogo sobre as problemáticas da emigração. Tinha, claro, um Secretário de Estado - o meu interlocutor mais habitual, nomeadamente no Conselho da Europa... Foi excelente a reunião! Mulher interessantíssima, definitivamente carismática.

E é uma bela ideia grega abordar a vida das comunidades da diáspora do ponto de vista da cultura... É por aí que elas existem e resistem ao passar da gerações. (Ou não...).

Fui convidada a visitar a Grécia pelo Secretário de Estado, que conhecera em Roma, onde Portugal marcou presença forte e conseguiu vencer a candidatura à organização da futura Conferência Ministerial do Conselho de Europa, que eu teria ainda a ocasião de presidir, em boa verdade, só porque durei no cargo o tempo necessário. (Maio de 1987. Foi por pouco, pois deixei o executivo, de vez, em Agosto desse ano....).

Foi este Colega da Conferência de Roma que, em Atenas, mais directamente me acompanhou e me ofereceu grandiosos banquetes (a crise grega sá chagaria muitos anos depois...), para além de segurança impressionante: três oficiais, incluindo uma mulher. Todos com bom aspecto, mas armados. o que sempre me incomoda...

E o pior é que sem querer, ao visitar a cidade velha no meu passo apressado, os cheguei a perder de vista, e reciprocamente... E andei a procura-los, bastante aflita, pois eram simpáticos e se não chegassem comigo ao hotel deviam ser, pelo menos, despromovidos...

MAIS FOTOS...





















Mais e mais. Demais...

FOTOS Manuela



De vários anos, de vários países e continentes.

Sem critério de escolha definido: apenas porque lembram certas pessoas, certos acontecimentos.

Fotografias não faltam .

São às centenas, aos milhares.


Uma escolha impossível, excepto assim - um pouco à sorte, porque , na verdade, histórias, para mim, todas as têm...




Com ANITA GRADIN, na Conferência dos Ministros do Conselho da Europa Responsáveis pelas Migrações, em Roma, Outubro de 1984.


Eramos ambas Vice-presidentes da Conferência e ali nascia uma amizade que não teria fim. Fomos aliadas em muitos projectos, com grande consonância de pontos de vista, por exemplo, na luta pelos doreitos das mulheres, pelas quotas, pela integração dos imigrantes - até pela dupla cidadania, que, contudo, ainda hoje, os nórdicos aceitam com dificuldade...














A alegria de ver AMÁLIA, numa comemoração do 25 de Abril na AR, não oferece dúvida... Amália era muito franca e directa. Quando gostava, gostava e comigo simpatizou desde o primeiro momento (um jantar com os primos Seabaras da América, os meus amigos Rita e Adriano Seabra da Veiga, ele médico ilustre e ilustre cônsul honorário de Portugal em Connecticut. Várias Vezes encontrei Amàlia em casa dele, ambas beneficiárias da sua proverbial hospitalidade numa mansão esplêndida, na área do "country club" em Waterbury. O mesmo podem dizer Zeca Afonso, Spínola ou Victor Crespo. (Ao fundo vê-se o PR Ramalho Eanes que, ou já tinha cumprimentado ou iria cumprimentar).












O Conselho das Comunidades, na 1ª encarnação, era de natureza associativa (aliás, como existentes na época - o suiço, o francês...) e reuniou, sob a minha presidência - por delegação de competências do MNE - no Palácio Foz, em 1981. Em 82, com outro SECP, o José Vitorino, não houve convocatória do Órgão consultivo. Apenas protestos pela omissão, entre eles um, votado por unanimidade, no Parlamento, na Comissão de Negócios Estrangeiros (proposto por mim, que era deputada pela emigração...) Imaginem como eram boas as relações entre conselheiros e governo e entre governo de deputados da sua própria maioria...).


Em 1983, a 2ª reunião plenária é inaugurada no Palácio da Bolsa, no Porto - tinha acabado de regressar ao Governo, com MOTA PINTO, pus como condição a realização dessa reunião e eis-me a presidir à sessão solene, tendo ao lado o Ministro da Cultura Coimbra Martins e o Representante dos Açores Costa Neves ( com estatuto oficial e real de parceiro, ou não fosse eu declaradamente pró Autonomias...)










Plantando uma árvore sob o olhar diverdido do Pároco da Paróquia Portuguesa de Barquisimeto, Venezuela, e até do Senhor Bispo, que nesse dia, estava, como eu, de visita à cidade.


Com o nosso pároco tudo era mais fraterno e mais latino. Ele era de um dinamismo fantástico e a Igreja muito bonita. Fui lá muitas vezes, mas a última deixou-me um sentimento se saudosismo e melancolia - tdo estava diferente, tinha havido assaltos, as feriras tinha deixado a casa anexa, a Igreja parecia meia abandonada e muito vulnerável. Ele estava mais velho, naturalmente, mas triste também, o que nele era contra natura. Hoje, sei que já lá não está. mas não sei o que se passa e olho a foto, lembrando mais as últimas imagensde Barquisimeto, tão diferentes do ar festivo deste dia...














quarta-feira, 18 de maio de 2011

ANA del RIO nova exposição

Os artistas são de todas as terras e de todas as gentes, mas é da diversidade e da
originalidade das suas formas de expressão que se faz a identidade na diferença
de cada comunidade cultural, de cada terra.
Por isso, ousarei "reclamar" para Espinho a mais -valia que nos dá a inserção, a
permanência de Ana del Rio entre nós, permitindo-nos partilhar a sua pertença
com a Espanha natal (não esquecendo, naturalmente, a influência espanhola,
desde a origem oitocentista, na vida social e cultural espinhense, que, agora,
nela encontra um esplêndido meio de se continuar).
E, por o reconhecermos, gostaríamos de lhe manifestar a vontade de ver
nas Galerias do Forum de Arte e Cultura de Espinho uma sua próxima exposição
individual - uma exposição, por certo, tão fascinante quanto esta.

Lembrámos presença de Ana del Rio na recente 1ª Bienal "Mulheres de Artes" ,
no "Forum". Guardámos na memória as imagens de três telas figurando mulheres que encarnavam, na perfeição, o espírito daquela iniciativa -
personagens irradiantes de cor, de feminilidade, e de certezas sobre os caminhos a
seguir, num movimento assertivo e gracioso. Ali, tomavam conta do espaço que
lhes estava destinado, humanizando-o, ou melhor, feminizando-o, com uma
mensagem subtil e promissora. A mostrar que, no nosso tempo, a representação
pictórica pode converter-se numa outra maneira de dar às mulheres existência -
na Vida pela Arte .

Maria Manuela Aguiar

(Vereadora da Cultura da Câmara de Espinho)