terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Encontro Mundial de Mulheres da Diáspora, organizado pela “Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade Mulher Migrante” em fins de 2011, foi não apenas um acontecimento que trouxe novas reflexões e perspectivas sobre as migrações portuguesas, mas também um recomeço de trabalho por uma causa que nos une "num mundo sem fronteiras" - a da cidadania assumida pelas mulheres migrantes, como membros de pleno direito de duas comunidades nacionais. O reconhecimento não só de um do estatuto jurídico, que é, muitas vezes, o mais fácil de obter, mas da necessidade da criação de condições para a sua facticidade, para a assunção de direitos e deveres em concretos e sua vivência, à medida da vontade e das capacidades de cada pessoa uma - é ainda um caminho a fazer.

A diversidade de situações é inegável, influenciada por factores individuais, mas também societais. E destes decorre para o Estado a obrigação de activa intervenção, que é, na nossa ordem jurídica, uma exigência constitucional que, porém não constitui exclusivo dos poderes públicos, antes é partilhada pela sociedade civil. É a consciência dessa obrigação que nos move, que nos leva a uma colaboração de mais de duas décadas, ininterrupta e estreita com os governos constitucionais, independentemente do seu quadrante ideológico – porque esta não é uma questão partidária, mas uma questão nacional – ou universal, e temos, por isso, neste domínio das políticas de género para a emigração um percurso singular. Que igualmente nos leva ao contacto com outras ONG’s dentro e fora do País, com especialistas de centros de investigação, como com escolas secundárias ou universidades seniores, com municípios. Com mulheres e homens que querem construir comunidades mais igualitárias e mais justas.
Esta publicação pretende mostrar como o levamos a efeito ao longo do ano de 2012., através de uma Associação que crescentemente vem reforçado a sua vocação para os estudos de género, sempre na perspectiva da acção concreta – da cooperação e da solidariedade.
Vamos olhar um mundo, feito de sonhos e de obras de muitas Mulheres Portuguesas, nas páginas de uma revista.