sexta-feira, 31 de julho de 2020

ABSTRACT

PORTUGUESE EMIGRATION
THE PRESENCE OF ABSENCE TROUGHOUT THE AGES

For Portuguese expatriates the absence of the national territory traditionally meant the immediate loss of political rights and protection of the State as well as the loss of the nationality, when they became citizens of another State.
Nevertheless they succeeded in being present in the daily life of the country by keeping all kinds of links with the people and the territory, by the constant support of their family, the huge quantities of money they sent home, their many investments and contributions for progress.
Links they also kept abroad trhough the setting up of a countless number of cultural centers, mutuality’s, media, schools, clubs - powerful and long-lasting associations that were and are another form of Portuguese presence in five continents.
After 1974, with the democratization of the country the tendency is to recognize dual citizenship and equal political, social and cultural rights with the residents, as Portugal is seen more as a nation of people scattered all over the world than as a territory.
(resumo Emigração Portuguesa - presença e ausência)

1910 Republican Women

NO WAY TO SUFFRAGE. WHY?

After the revolution won its sudden and unexpected victory in Lisbon, an interim government was invested in power to prepare elections, and a new Constitution was in the making.
It was time to answer to great expectations of the people, men and women, who took part in the birth of the regime - only the second republican revolution in Europe, after the one that changed France and the world.
The main electoral laws, one after the other, excluded all women from the political universe, regardless of their loud (but orderly...) protest and their indignation.
Soon in 1910, the "League" presented a petition for a restricted suffrage for women.
In 1911, after the refusal of their voting, some of the most active members, under the leadership of Ana de Castro Osório, decided to quit the "League" and set up a new independent organization: the Committee on Feminist Propaganda ("Comissão de Propaganda Feminista") open to feminists of all sorts, regardless of their political or religious beliefs...
In 1912, the Senate did approve the vote for women over 25, having concluded university, secondary or special study courses. It was too less, considered the "Comissão" and many feminine voices, united in protest.
But not even that very modest piece of legislation went victoriously through the other Chamber...
In 1913 a proposal to that same scope was presented by Jacinto Nunes and defeated.
Only 21 years old male citizens, who knew how to read and write were electors.
In 1914 the National Council of Portuguese Women was set up - the strongest and the best internationally connected feminine organization, that would endlessly fight for suffrage during the first Republic and that would resist for over 20 years under the dictatorship of the so called New State (Estado Novo) - until it was banned in 1947.
In 1915, Ana Osório's "Committee” made a new petition: the vote just for women graduated by universities (not many, in those days, but even so, no gain of cause obtained...)
Electoral legislation of 1918 and 1919 left the situation unchanged on what concerns women. In between a new petition addressed to President Sidónio Paes got no positive answer.
In 1924, President Teixeira Lopes was present at the first Congress on Feminism and Education, and gave the feminists all his support - as other presidents had done before him.
The Republic was on the verge of collapse - time to provide feminine suffrage would soon come to an end.
In the meantime, almost all countries in Europe, most of them traditional monarchies, had accepted in their Constitutions and laws equal political participation for both genders.
Salazar the supreme antifeminist, antidemocratic, old fashionable conservative politician - to say the least - simply decided to follow the mainstream and in 1931 educated women were given the right to vote.

EM N EW BEDFORD

Maria Manuela Aguiar disse...
Sobre as Mulheres Migrantes e a Media, realizou-se, a 18 de Fevereiro, em New Bedford, um seminário organizado pela Cônsul de Portugal, Dra Fernanda Coelho e pela Dra Gloria Sa da Universidade de Massachussets.
Um sucesso!
Participamos o Dr. Antonio Pacheco e eu, respectivamente, da Fundação Pro Dignitate e da Associação Mulher Migrante.
Vamos, em breve e, dar noticia do debate, e da sua relevância para a discussão do tema no próximo Encontro de Espinho.
21 DE FEVEREIRO DE 2009 15:06

Maria Manuela Aguiar disse...
Sobre o programa do seminário de New Bedford, uma proposta das instituições referidas, patrocinada pela SECP, e organizada pela Prof. Gloria de Sa (UMD Ferreira-Mendes Portuguese-American Archives e pelo Prof. Franck F. Sousa (UDM Center for Portuguese Studies and Culture) e por Gina Reis, do mesmo Centro de Estudos, na qualidade de "associate coordinator".
"Sponsors":
O consulado de Portugal, o Centro de Estudo Portugueses, Os Arquivos Luso Americanos Ferreira- Mendes, e o Programa de Estudos sobre as Mulheres ("The Women Studies Program").
A abertura foi feita por Franck Sousa, pela Cônsul de Portugal e por Gloria de Sa.
Falei sobre "A imagem da Mulher na Media", e o Dr. Antonio Pacheco sobre "A Media e os problemas da comunidade: o ponto de vista da media em Portugal e as comunidades de imigrantes portugueses".
A breves introduções aos temas seguiram-se horas de debate, muito participado - o que, na minha experiencia destas coisas, poucas vezes vi acontecer...
Durante a pausa para almoço, tivemos connosco a Reitora desta Universidade ( pela primeira vez, na sua historia, uma Mulher).
Visitamos, de seguida, o espaço dos "Arquivos Ferreira-Mendes" - tao recentes que ainda nem foram inaugurados oficialmente!
Uma grande obra, de uma enorme importância para a nossa comunidade, para o seu conhecimento e reconhecimento.

Estou ainda nos EUA e, por isso, escrevo sem acentos, que nao encontro no teclado americano... Sorry!
21 DE FEVEREIRO DE 2009 15:58

Maria Manuela Aguiar disse...
Muito interessante uma intervenção da Cônsul Dra. Fernanda Coelho, a salientar uma certa "cultura europeia de trabalho feminino", que as Portuguesas trouxeram para esta área de Massachussets, dando as americanas um exemplo de compatibilização entre a profissão e a maternidade - altura para eu lembrar a vontade expressa pelo legislador nacional, em diplomas recentes, de encorajar, também, os homens a assumirem a "paternidade", nomeadamente, através de licenças para se ocuparem dos filhos recém-nascidos.
De resto, a nossa Cônsul, ela mesma, da um exemplo a seguir, na forma como se relaciona com a comunidade.
Parece-me que nunca tinha ouvido uma diplomata dizer que se "sente emigrante"!
Isso aconteceu durante uma entrevista de rádio, que demos, "a três", no dia seguinte ao do seminário (a Dra. Fernanda, o Antonio Pacheco e eu).
Nesse dia, visitamos, igualmente, o jornal "Portuguese Times". Trata-se de um dos melhores periódicos da nossa diáspora, e a visita permitiu-me rever bons amigos, de muitos anos.
Vim a ler a ultima edição, na viagem de comboio, no "Acela Express" para Newark. Excelente e durável leitura, com alguns textos de nomes celebres, como Mayone Dias e Onésimo.
Na coluna do leitor, artigos bem construídos sobre uma questão que, pelo visto, apaixona os emigrantes: a forma de voto, presencial ou por correspondência. E pendendo, a cem por cento para esta ultima...
Porem, sobre a vida e realizações das mulheres, não encontramos nada de especial - como, em regra, acontece com a imprensa portuguesa, em geral, dentro e fora de fronteiras.
Essa tinha sido uma das observações feitas no seminário da Universidade de Dartmouth - Massachussets.
Assim parece ser, apesar de, como ai concluímos, serem muitas e cada vez mais as mulheres presentes nos meios de comunicação, em diversas qualidades, directoras, redactoras, articulistas, etc.,etc...
21 DE FEVEREIRO DE 2009 16:42

Maria Manuela Aguiar disse...
Esta iniciativa, que esteve ameaçada, e so veio a realizar-se, graças a prontidão de resposta e empenhamento da nossa cônsul e a extraordinária capacidade de organização dos professores portugueses de Dartmouth, vai possivelmente, revelar-se como uma das mais fecundas, de todas aquelas em que temos estado envolvidos, a partir dos "Encontros para a Cidadania".
O tema dos estudos sobre a mulher portuguesa na emigração tem sido pouco cuidado, pelas nossas autoridades, assim como pelas próprias comunidades. E há, sobretudo em países como os EUA, um enorme interesse pela matéria, que contrasta com a subvalorização que continua a sofrer em Portugal. Em Dartmouth, fomos, de imediato, convidados a voltar, com novas iniciativas!
E falou-se também muito de investigação no domínio das historias de vida ' outro dos grandes temas do nosso

O "Diário", de novo

Porto, 20 de Dezembro de 1962

"... A tarde foi ilusoriamente boa, com partes de azar.
A Adília não se encontrou comigo. Andei a vaguear pelas ruas (do Porto). Tinha frio. Vim a casa. Não apanhei o eléctrico, passou por mim cá em cima, já não valia a pena. Encontrei o Manel V. na Citroen, fiz com ele poucos metros (até casa). Depois vim para o Campo 24 de Agosto já com a Mãe ao volante. Virei sozinha para o Padrão, em direcção a Santa Catarina, para me encontrar com a Mª Emília. Ao descer Passos Manuel dou de frente com o Manel, que andava à minha procura. Estivemos na Centenário meia hora, durante a qual o Manel me pareceu eufórico. Uma das suas propostas foi que pusessemos em ordem todas as coisas entre nós e também que eu colaborasse com ele na "Secção de cinema".
A colaboração, em si, não me assusta, mas antes o ambiente Jucf. Com gente desse género sou sempre mal compreeendida. Tenho pouca vontade de que me tornem a chamar "comunista" ou "tedy girl", ou outra nova variante de insulto...
Em todo o caso, achei o rapazinho muito simpático nas suas sugestões.
Depois, andámos com a Emília e fomos parar ao Centro Transmontano, onde estivemos até perto das 6.30 h. Fomos levar a Emília à Rua de Ceuta, estivemos na livraria Aviz, a ver diários. Viemos embora de autocarro.
Já em casa, verifiquei que tinha perdido o guarda chuva. O Manel ainda esteve cá em casa a falar para o Transmontano, mas não conseguiu nada.
Quando ele foi embora, fiquei com receio que não tivesse resistido à tentação de ler o meu diário. Vim ver se estaria aberto. E estava mesmo!
Simplesmente, tinha sido de manhã, conforme confessou, pelo telefone.
Não posso deixar de dizer que este foi um dia horrível - mesmo o que parecia ser melhor era, no fundo, ocasionado por um mal: pela tal longa leitura do diário. A minha 1ª tentação foi queima-lo (o diário). Depois desisti da ideia, porque era uma resposta idiota.
Uma coisa é certa: está afastada a a hipótese de qualquer colaboração com o Manel, que não se limite estritamente ao plano de estudo".