O Presidente Soares quis dar à URSS, já na sua fase terminal, uma lição de democracia=pluralismo partidário e levou uma delegação parlamentar numerosa e ao mais alto nível (incluindo Vicepresidentes da Assembleia e os líderes dos grupos parlamentares, nomes como Adriano Moreira, Narana Coissoró, Eduardo Pereira, Marques Junior, Maria Santos). Na qualidade recente de 1ª VP da AR, cabia-me a "chefia" desse escol de deputados e não foi fácil "malgré eux" (atrapalhou muito a mentalidade polótica russa, com a natural desvalorização da instituição parlamentar, em regime unipartidário...).
Não foi apenas por acaso , ou porque eramos muitos, que nos "enfiaram" numa mini camionete, de uma cor esquisita, que ligava mal com as "limousines" do cortejo presidencial. Nesses dignos veículos pretos viajava tudo, diplomatas menores do protocolo de Estado, assessorias, tal como a mescla de empresários, jornalistas, etc, etc... Fechava sempre o cortejo a nossa carrinha de circo... O pior é que, em cada cerimónia, o Dr Soares, 5ª essência do parlamentarismo militante, se recusava a começar o acto sem a presença dos deputados. E lá vínhamos nós do recôndito fim de caravana automóvel, até ao palco do evento numa correria aflitiva. Chegavamos mal restabelecidos, e o Dr Soares, já impaciente, nem se apercebia da razão do nosso sistemático "atraso"! fui intimada pelos meus pares a protestar e a exigir transporte igual ao dos demais "VIps". Na URSS foi Obra! Consegui, com muita luta, ao 3º dia - o último.
Nas outras repúblicas soviéticas, Arménia e Azerbeijão, o processo histórico de conquista de "carro próprio" (para cada 3 ou 4 deputados) foi simétrico...
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