O ciclo de comemorações do 5 DE OUTUBRO DE 2010 começou a 30 de Setembro, com a conferência da ex-primeira Dama MARIA JOSÉ RITTA. Coube-me, na ausência do presidente da Câmara, dirigir-lhe as primeiras palavras de saudação:
"Em representação da Câmara de Espinho, o meu agradecimento pela participação no programa no Centenário da República em Espinho – o nosso 5 de Outubro, antecipado apenas uns poucos dias.
Considero que escolhemos a personalidade ideal para comemorar esta efeméride - em breves palavras direi porquê.
Antes de mais, porque, nesta sessão especial, estamos mais voltados para o futuro de 2010 do que para o passado secular, iniciado em 1910.
Temos, como sabem, em múltiplas iniciativas, desde Março, olhado esta data histórica no seu ponto de origem, na proclamação da 1ª República, procurando dar a conhecer os seus protagonistas e as vicissitudes dessa época fascinante, pelas expectativas que criou, pela vertigem das mutações que favoreceu, de contradições, de polémicas, de visões antagónicas - todas legítimas, em democracia – e até pelo seu destino final, que deveria ter sido outro.
Mas procuramos, também, repensar o curso de um século, tão cheio de contrastes, de luzes e de sombras.
E celebrar a República de hoje, no momento de perfazer o Centenário!
Por isso, a comemoração do 5 de Outubro, em Espinho, será marcada pela inauguração de uma exposição sobre os “Rostos da República” (da 1ª Rep.), que vai encher as duas enormes galerias do Museu no Forum de Arte e Cultura de Espinho, transformada, para o efeito, em espaços de memória, de “encontro com a história” do país, feita através da história de mulheres e homens em concreto – e completada por este encontro com “Rostos vivos da República”: com a Senhora Dona Mª José Ritta.
Uma República de rosto feminino, como era já figurada no tempo em que as mulheres não tinham direito de voto. E, na República actual, há rostos femininos que verdadeiramente a representam, para além de a simbolizar. É o caso da nossa ilustre convidada de honra.
Atravessamos, em Portugal e no mundo, um período de muitas incertezas e dificuldades e, por isso, para guardarmos a esperança e a auto-confiança, mais precisamos de exemplos – de grandes exemplos de coragem e boa vontade, de pensamento e acção construtiva, de solidariedade na defesa de causas humanistas, de dinamismo e de competência. São qualidades que associo à Srª D. Mª José, desde que a conheço e admiro, há muitos anos.
Quando mudou de vida, para entrar definitivamente, na história de Portugal, como mulher do Presidente da República, não mudou a sua forma de estar na vida, mantendo-se atenta aos problemas da sociedade e dos cidadãos, pronta ajudar e a mobilizar para a acção concreta, com uma imensa simplicidade e discrição. Cumprindo, com gosto, com naturalidade, e primorosamente, a missão singular de ser o rosto feminino do País.
Antes e depois dessa década, ao longo da sua carreira, no círculo profissional e na esfera da afirmação da cidadania, sempre a vimos agir com o máximo de simpatia e de generosidade, combinadas com o máximo de rigor e eficácia – o caminho a seguir por cada um de nós, se queremos que esta República possa ter o futuro .
Obrigada por ter vindo a Espinho, mais uma vez, ao “Encontro das pessoas”.
Bem-haja!"
Tem a palavra a família Aguiar e os seus amigos. Vamos abrir o "Círculo", com duas alternativas, que proponho: Este "Aguiaríssimo" ou o "blogguiar.blogspot.com"
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
domingo, 26 de setembro de 2010

É pena, mas a esplendorosa vista das galerias do Museu de Espinho a emoldurar as pinturas de Mestre António Joaquim está prestes a desvanecer-se e a passar apenas ao universo etéreo das nossas memórias!
Vou sentir a falta de toda aquela arte e beleza, ali, tão acessível, e, igualmente do pintor, que é um encanto, uma simpatia, um comunicador nato, aberto a todos os problemas do nosso tempo, com a sua visão muito própria e inteligente do mundo.
Ontem, fiz mais uma visita, breve, embora, com a representante do Governador civil, a Drª Mª João Breites. Ela ficou espantada! E com ele nos fotografamos, à vez. Esta é a que ela tirou. Depois, eu tirei-lhe uma com ele (também óptima, naturalmente!).
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Rostos Femininos da República
O movimento feminista português, cuja trajectória se inicia nas vésperas da revolução, ganha força e notoriedade numa singular confluência de combates, em que se interligam a "questão de género" e a "questão de regime". A Liga Republicana da Mulher Portuguesa, criada em 1908, com o apoio do Partido Republicano, e, seguidamente, integrada, a título oficial, na sua arquitectura interna, é a primeira forma de estruturação daquele movimento associativo emergente e já em grande actividade.
Mulheres de excepcional dimensão cultural e moral ousaram, por essa via, sair da sombra, do anonimato, que lhes era imposto num país sem verdadeira tradição de participação feminina na res publica, e envolveram-se, corajosamente, numa vanguarda de luta, sempre norteadas por causas humanistas, como a igualdade de cidadãs e cidadãos perante e Lei, o sufrágio universal, a co-educação generalizada, a plena vivência da cidadania.
O direito de voto sem discriminação de sexo seria uma promessa incumprida ao longo dos 16 anos do regime implantado em 1910, e iria provocar as primeiras dissensões na "Liga" e prejudicar, globalmente, o esforço originário de união das democratas portuguesas, porque algumas das dirigentes eram, sobretudo, feministas, partilhando a visão universalista das grandes organizações internacionais do seu tempo - caso de Ana de Castro Osório - enquanto outras se consideravam mais republicanas do que sufragistas.
Todas, porém, mantiveram a fidelidade ao regime e aos princípios republicanos, quando não aos políticos, aos programas e formações partidárias em concreto.
A recusa do radicalismo no uso de meios para atingir fins, a moderação das reivindicações, a vontade de cooperação e o sentimento de proximidade ideológica e patriótica com os companheiros de uma caminhada para o progresso de Portugal (como subjectivamente o viam), característicos do discurso e da "praxis" desta notabilíssima geração de portuguesas, em que sentido terão influenciado a afirmação imperfeita de um estatuto de cidadania, pelo qual se bateram incansavelmente?
Fica essa dúvida, a par da certeza de que lhes cabe uma parte significativa e incomensurável do mérito nas vitórias futuras que as mulheres portuguesas haveriam de conseguir, no domínio da igualdade jurídica e da vivência da cidadania, porque com o seu pensamento e a sua acção se mostraram tão capazes de desfazer preconceitos e de demolir o mito da suposta inferioridade de “género”.
As feministas da primeira República, que hoje homenageamos, merecem, tanto ou mais do que outros contemporâneos eminentes, permanecer vivas na memória do País, como símbolos de idealismo, de grandeza intelectual, de espírito combativo, e, também, de modernidade, porque souberam rejeitar a opção, ao tempo comum em outras sociedades, pela "guerra dos sexos", em favor de um humanismo no feminino, inspirado pela crença generosa – então mais utópica do que é agora - numa democracia paritária e convivial.
Mulheres de excepcional dimensão cultural e moral ousaram, por essa via, sair da sombra, do anonimato, que lhes era imposto num país sem verdadeira tradição de participação feminina na res publica, e envolveram-se, corajosamente, numa vanguarda de luta, sempre norteadas por causas humanistas, como a igualdade de cidadãs e cidadãos perante e Lei, o sufrágio universal, a co-educação generalizada, a plena vivência da cidadania.
O direito de voto sem discriminação de sexo seria uma promessa incumprida ao longo dos 16 anos do regime implantado em 1910, e iria provocar as primeiras dissensões na "Liga" e prejudicar, globalmente, o esforço originário de união das democratas portuguesas, porque algumas das dirigentes eram, sobretudo, feministas, partilhando a visão universalista das grandes organizações internacionais do seu tempo - caso de Ana de Castro Osório - enquanto outras se consideravam mais republicanas do que sufragistas.
Todas, porém, mantiveram a fidelidade ao regime e aos princípios republicanos, quando não aos políticos, aos programas e formações partidárias em concreto.
A recusa do radicalismo no uso de meios para atingir fins, a moderação das reivindicações, a vontade de cooperação e o sentimento de proximidade ideológica e patriótica com os companheiros de uma caminhada para o progresso de Portugal (como subjectivamente o viam), característicos do discurso e da "praxis" desta notabilíssima geração de portuguesas, em que sentido terão influenciado a afirmação imperfeita de um estatuto de cidadania, pelo qual se bateram incansavelmente?
Fica essa dúvida, a par da certeza de que lhes cabe uma parte significativa e incomensurável do mérito nas vitórias futuras que as mulheres portuguesas haveriam de conseguir, no domínio da igualdade jurídica e da vivência da cidadania, porque com o seu pensamento e a sua acção se mostraram tão capazes de desfazer preconceitos e de demolir o mito da suposta inferioridade de “género”.
As feministas da primeira República, que hoje homenageamos, merecem, tanto ou mais do que outros contemporâneos eminentes, permanecer vivas na memória do País, como símbolos de idealismo, de grandeza intelectual, de espírito combativo, e, também, de modernidade, porque souberam rejeitar a opção, ao tempo comum em outras sociedades, pela "guerra dos sexos", em favor de um humanismo no feminino, inspirado pela crença generosa – então mais utópica do que é agora - numa democracia paritária e convivial.
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
A Pintura de Mestre António Joaquim
EXPOSIÇÃO DE PINTURA DE ANTÓNIO JOAQUIM
Esta exposição nasceu de um encontro ocasional numa outra mostra de pintura, da conversa que tive com Mestre António Joaquim, de um convite que, logo, espontânea e informalmente, lhe dirigi, em nome da Câmara Municipal, para aqui apresentar obra sua.
A inauguração do amplo espaço das duas galerias geminadas do Museu Municipal, a funcionar como um todo, estava ainda em projecto e exigia a colecção de um grande Artista, para marcar os anais do museu e da vida cultural nesta cidade. Avaliando as dificuldades da sua execução, não o achava, todavia, possível a breve prazo. Só o foi, graças à resposta pronta e calorosa do pintor António Joaquim, que tem a nossa terra, vizinha da sua, no coração. Não há palavras que bastem para lhe exprimir a nossa gratidão. Por todas as que ficam por dizer, mas não por sentir, um simples “Bem-haja”!
Temos, assim, a certeza de participar num acontecimento que irá “fazer história”, mas, antes, é hora de “fazer presente”: de olhar estas paredes longas, transfiguradas num deslumbrante mural de obras-primas, de guardar imagens, sensações, a vivência de momentos singulares, para sempre, na memória.
São dezenas de telas, reunidas numa sequência que lhes concede um destino próprio, neste espaço e neste tempo particulares, onde parecem existir só para nós.
Através delas acompanhamos o percurso de uma carreira fulgurante e multifacetada, exemplo de concretização do talento em acto, em mensagens de luz, de cor e de emoção - no desenho, na aguarela, no óleo, no acrílico, no pastel. Retratos, figuras, as famosas portas, paisagens… O Porto, envolto em bruma… O Castelo da Feira na lonjura, imperecível, por sobre as efémeras mas sublimes claridades do Outono … Espinho, o mar e a sua gente, perpetuados em linguagem pictural, na faina que Unamuno eternizou na escrita…
Na cadência de uma “viagem de descoberta” em que vemos e revemos, todas e cada uma das telas, nos sentimos destinatários e como que, de algum modo, participantes no esplêndido trabalho da sua criação, experimentando sensações novas ,reinventado sentidos para a beleza pura das imagens ou a sua significação.
Maria Manuela Aguiar
Vereadora da Cultura
Mestre António Joaquim quis dar a Espinho nesta grande exposição a essência de um trajecto artístico, que se exprime com tanta talento e versatilidade, em todos estes óleos, acrílicos, nas aguarelas, como no pastel. Em cada uma das telas que nos encantam nestas longas galerias do Museu de Espinho estão inteiros o seu génio e a sua alma.
Os mais recentes quadros, dois óleos deslumbrantes de Espinho - 2010, deixam antever o muito que do Mestre podemos ainda esperar, em modernidade, em força expressiva. Por suas mãos, muitas obrsa prodigiosas estão à espera de acontecer.
Bem-haja!
Esta exposição nasceu de um encontro ocasional numa outra mostra de pintura, da conversa que tive com Mestre António Joaquim, de um convite que, logo, espontânea e informalmente, lhe dirigi, em nome da Câmara Municipal, para aqui apresentar obra sua.
A inauguração do amplo espaço das duas galerias geminadas do Museu Municipal, a funcionar como um todo, estava ainda em projecto e exigia a colecção de um grande Artista, para marcar os anais do museu e da vida cultural nesta cidade. Avaliando as dificuldades da sua execução, não o achava, todavia, possível a breve prazo. Só o foi, graças à resposta pronta e calorosa do pintor António Joaquim, que tem a nossa terra, vizinha da sua, no coração. Não há palavras que bastem para lhe exprimir a nossa gratidão. Por todas as que ficam por dizer, mas não por sentir, um simples “Bem-haja”!
Temos, assim, a certeza de participar num acontecimento que irá “fazer história”, mas, antes, é hora de “fazer presente”: de olhar estas paredes longas, transfiguradas num deslumbrante mural de obras-primas, de guardar imagens, sensações, a vivência de momentos singulares, para sempre, na memória.
São dezenas de telas, reunidas numa sequência que lhes concede um destino próprio, neste espaço e neste tempo particulares, onde parecem existir só para nós.
Através delas acompanhamos o percurso de uma carreira fulgurante e multifacetada, exemplo de concretização do talento em acto, em mensagens de luz, de cor e de emoção - no desenho, na aguarela, no óleo, no acrílico, no pastel. Retratos, figuras, as famosas portas, paisagens… O Porto, envolto em bruma… O Castelo da Feira na lonjura, imperecível, por sobre as efémeras mas sublimes claridades do Outono … Espinho, o mar e a sua gente, perpetuados em linguagem pictural, na faina que Unamuno eternizou na escrita…
Na cadência de uma “viagem de descoberta” em que vemos e revemos, todas e cada uma das telas, nos sentimos destinatários e como que, de algum modo, participantes no esplêndido trabalho da sua criação, experimentando sensações novas ,reinventado sentidos para a beleza pura das imagens ou a sua significação.
Maria Manuela Aguiar
Vereadora da Cultura
Mestre António Joaquim quis dar a Espinho nesta grande exposição a essência de um trajecto artístico, que se exprime com tanta talento e versatilidade, em todos estes óleos, acrílicos, nas aguarelas, como no pastel. Em cada uma das telas que nos encantam nestas longas galerias do Museu de Espinho estão inteiros o seu génio e a sua alma.
Os mais recentes quadros, dois óleos deslumbrantes de Espinho - 2010, deixam antever o muito que do Mestre podemos ainda esperar, em modernidade, em força expressiva. Por suas mãos, muitas obrsa prodigiosas estão à espera de acontecer.
Bem-haja!
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
CV
MARIA MANUELA AGUIAR DIAS MOREIRA
E-mail:mariamanuelaaguiar@gmail.com
Formação académica:
É licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra. Pós-graduação em Direito (Diplôme Supérieur d' Études et de Recherche en Droit) pela Faculdade de Direito e Ciências Económicas do Instituto Católico de Paris.
Foi bolseira da Fundação Gulbenkian, em Paris, e das Nações Unidas, da OCDE, e da OIT em estágios realizados em vários países da Europa. (entre 1968/1976)
Actividade Profissional:
Advogada (1967/1972); Assistente do "Centro de Estudos" do Ministério das Corporações e Segurança Social - Direito do Trabalho (1967-1974); Assistente da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de Lisboa - Sociologia - (1971/72); Assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra - Direito Civil, regeu o curso de "Introdução ao Estudo do Direito", deu aulas práticas de "Teoria Geral do Direito" (1974/1976); Docente da Universidade Aberta, Mestrado de Relações Interculturais, regeu a cadeira de "Políticas e Estratégias para as Comunidades Portuguesa" (1992/1995); Assessor do Provedor de Justiça (1976/2002)
Actividade Política:
Secretária de Estado do Trabalho (1978/1979); Secretária de Estado da Emigração e das Comunidades Portuguesas (1980); Idem (1981); Deputada eleita pelo Círculo de Emigração Fora da Europa (1980/1985, em efectividade de funções entre Agosto de 1981 e Junho de 1983); Secretária de Estado da Emigração (1983/1985); Deputada Eleita pelo Círculo da Europa (1985/1987); Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas (1985/1987); Deputada eleita pelo Círculo do Porto (1987/1991); Vice-presidente da Assembleia da República (1987/1991); Presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República (por inerência); Presidente da Comissão Parlamentar da Condição Feminina (1987/1989); Deputada eleita pelo Círculo de Aveiro (1991/1995); Representante de Portugal na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE) e na Assembleia da UEO (1992/2005); Presidente da Subcomissão das Migrações da APCE (1994/1995); Presidente da Comissão das Migrações, Refugiados e Demografia da APCE (1995/1997); Vice- Presidente do Grupo Liberal e reformista na Assembleia do Conselho da Europa; Deputada eleita pelo Círculo de Emigração Fora da Europa (995/1999;1999/2002: 2002/2005); Presidente da Delegação Portuguesa à APCE e UEO (2002/2005); Vice -Presidente da Assembleia da UEO; Vice-Presidente do PPE na APCE; Presidente da Subcomissão para a Igualdade (APCE);
Membro do "Gabinete sombra" de José Manuel Durão Barroso (pelouro das Comunidades Portuguesas). Membro honorário da Assembleia da UEO e da APCE.
Presidente da Delegação Portuguesa à Meia Década das Nações Unidas para a Igualdade da Mulher (Copenhaga, 1980). Presidente da Delegação Portuguesa e Vice-Presidente eleita da 2ª Conferência de Ministro do Conselho da Europa para as Migrações (Roma). Presidente da Delegação Portuguesa à 1ª reunião de Ministros do Conselho da Europa para a Igualdade de Mulheres e Homens (Estrasburgo, 1984). Presidente da Delegação Portuguesa e Presidente eleita da 3ª Conferência de Ministros do Conselho da Europa para as Migrações (Porto).
Entre 1987 e 1991, foi a primeira mulher a presidir aos plenários da Assembleia da República e a chefiar delegações parlamentares, a primeira das quais ao Japão, em 1988.
Legislação e instituições cuja criação ou reforma impulsionou:
Comissão para a Igualdade no Trabalho e Empresa (CITE), 1979; Instituto de Apoio à Emigração e Comunidades Portuguesas (IAECP), 1980; Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), 1980; Lei da Nacionalidade, 1981; Centro de Estudo do IAECP e "Fundo Documental e Iconográfico das Comunidades Portuguesas" (1984); "Regionalização" do CCP (1984); Comissão Interministerial para as Comunidades Portuguesas (1987). Estatuto de Igualdade de Direitos e Deveres entre Portugueses e Brasileiros (reciprocidade), 1989-2001; Lei da Nacionalidade (recuperação automática), 2004; Direito de voto generalizado nas eleições para o Parlamento Europeu( fora do espaço da UE), 2004.
Participação Associativa
Presidente da Assembleia Geral da Associação dos Portugueses do Estrangeiro (APE). Presidente da Assembleia Geral da Associação "Mulher Migrante".Membro do Conselho de Curadores da Fundação Luso-Brasileira. Membro do Conselho de Delegações e Filiais do FCP. Sócia honorária de várias associações do estrangeiro.
Publicações
Política para a Emigração e as Comunidades Portuguesas (1986); Portugal - País das Migrações sem Fim (1999); Círculo de Emigração (2002); Comunidades Portuguesas - Os Direitos e os Afectos (2005); Migrações - Iniciativas para a Igualdade de Género (2007) coord.; Problemas Sociais da Nova Emigração(2009) coord.
Relatórios apresentados nas Assembleias do Conselho da Europa e UEO ( cuja colectânea aguarda publicação) e numerosos artigos publicados em revistas da especialidade sobre Direitos Humanos, Igualdade de Direitos, Direito do Trabalho, Migrações. Colaboração regular em jornais nesses e outros domínios - feminismo, desporto, política, defesa e relações internacionais.
Condecorações
Nacional: Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique
Estrangeiras - Grã-cruz: Ordem do Cruzeiro do Sul, Ordem do Rio Branco (Brasil); Ordem do Império Britânico (Honorary Dame); Ordem de Mérito (Itália); Ordem de Mérito (Alemanha); Ordem de Mérito (Luxemburgo); Ordem de Leopoldo II (Bélgica); Ordem Fénix (Grécia); Ordem Francisco Miranda (Venezuela);
Grande Oficial: Ordem de Mérito (França); Ordem da Estrela Polar (Suécia), entre outras.
Alternativa minimalista:
CV RESUMIDO
Maria Manuela Aguiar Dias Moreira
mariamanuelaaguiar@gmail.com
Jurista
Actividade profissional
Advogada. Assistente do Centro de Estudos do Ministério das Corporações e Segurança Social (1967/74). Assistente da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de Lisboa (1971/72) e da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1974/76). Assessora do Provedor de Justiça (1976/2002). Docente da Universidade Aberta, Mestrado de Relações Interculturais (1990/1993).
Actividade Política
Secretária de Estado do Trabalho (IV Governo Constitucional). Secretária de Estado da Emigração e Comunidades Portuguesas(VI, VII, IX e X Governos Constitucionais).Deputada (1980/2005). Vice-presidente da Assembleia da República (1987/1991). Representante de Portugal na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, APCE (1993/2005). Presidente da Comissão das Migrações, Refugiados e Demografia da APCE (1995/1997). Presidente da Delegação Portuguesa à APCE (2002/2005). Vereadora da Cultura, Câmara Municipal de Espinho (desde 2009).
Actividade Associativa
Fundadora e Presidente da Assembleia Geral da “ Mulher Migrante - Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade”.
Presidente da Assembleia Geral da Associação dos Portugueses do Estrangeiro. Membro do Conselho de Curadores da Fundação Luso-Brasileira.
Membro do Conselho de Delegações e Filiais do FCP.
Publicações
Política para a Emigração e Comunidades Portuguesas (1986). Portugal - País das Migrações sem Fim (1999). Círculo de emigração (2002). Comunidades Portuguesas – Os Direitos e os Afectos (2005).Migrações – Iniciativas para a Igualdade de Género (coord). (2007).Problema Sociais da Nova Emigração (coord). (2009). Cidadãs em Diáspora – Encontro em Espinho (coord). (2009).
E-mail:mariamanuelaaguiar@gmail.com
Formação académica:
É licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra. Pós-graduação em Direito (Diplôme Supérieur d' Études et de Recherche en Droit) pela Faculdade de Direito e Ciências Económicas do Instituto Católico de Paris.
Foi bolseira da Fundação Gulbenkian, em Paris, e das Nações Unidas, da OCDE, e da OIT em estágios realizados em vários países da Europa. (entre 1968/1976)
Actividade Profissional:
Advogada (1967/1972); Assistente do "Centro de Estudos" do Ministério das Corporações e Segurança Social - Direito do Trabalho (1967-1974); Assistente da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de Lisboa - Sociologia - (1971/72); Assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra - Direito Civil, regeu o curso de "Introdução ao Estudo do Direito", deu aulas práticas de "Teoria Geral do Direito" (1974/1976); Docente da Universidade Aberta, Mestrado de Relações Interculturais, regeu a cadeira de "Políticas e Estratégias para as Comunidades Portuguesa" (1992/1995); Assessor do Provedor de Justiça (1976/2002)
Actividade Política:
Secretária de Estado do Trabalho (1978/1979); Secretária de Estado da Emigração e das Comunidades Portuguesas (1980); Idem (1981); Deputada eleita pelo Círculo de Emigração Fora da Europa (1980/1985, em efectividade de funções entre Agosto de 1981 e Junho de 1983); Secretária de Estado da Emigração (1983/1985); Deputada Eleita pelo Círculo da Europa (1985/1987); Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas (1985/1987); Deputada eleita pelo Círculo do Porto (1987/1991); Vice-presidente da Assembleia da República (1987/1991); Presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República (por inerência); Presidente da Comissão Parlamentar da Condição Feminina (1987/1989); Deputada eleita pelo Círculo de Aveiro (1991/1995); Representante de Portugal na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE) e na Assembleia da UEO (1992/2005); Presidente da Subcomissão das Migrações da APCE (1994/1995); Presidente da Comissão das Migrações, Refugiados e Demografia da APCE (1995/1997); Vice- Presidente do Grupo Liberal e reformista na Assembleia do Conselho da Europa; Deputada eleita pelo Círculo de Emigração Fora da Europa (995/1999;1999/2002: 2002/2005); Presidente da Delegação Portuguesa à APCE e UEO (2002/2005); Vice -Presidente da Assembleia da UEO; Vice-Presidente do PPE na APCE; Presidente da Subcomissão para a Igualdade (APCE);
Membro do "Gabinete sombra" de José Manuel Durão Barroso (pelouro das Comunidades Portuguesas). Membro honorário da Assembleia da UEO e da APCE.
Presidente da Delegação Portuguesa à Meia Década das Nações Unidas para a Igualdade da Mulher (Copenhaga, 1980). Presidente da Delegação Portuguesa e Vice-Presidente eleita da 2ª Conferência de Ministro do Conselho da Europa para as Migrações (Roma). Presidente da Delegação Portuguesa à 1ª reunião de Ministros do Conselho da Europa para a Igualdade de Mulheres e Homens (Estrasburgo, 1984). Presidente da Delegação Portuguesa e Presidente eleita da 3ª Conferência de Ministros do Conselho da Europa para as Migrações (Porto).
Entre 1987 e 1991, foi a primeira mulher a presidir aos plenários da Assembleia da República e a chefiar delegações parlamentares, a primeira das quais ao Japão, em 1988.
Legislação e instituições cuja criação ou reforma impulsionou:
Comissão para a Igualdade no Trabalho e Empresa (CITE), 1979; Instituto de Apoio à Emigração e Comunidades Portuguesas (IAECP), 1980; Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), 1980; Lei da Nacionalidade, 1981; Centro de Estudo do IAECP e "Fundo Documental e Iconográfico das Comunidades Portuguesas" (1984); "Regionalização" do CCP (1984); Comissão Interministerial para as Comunidades Portuguesas (1987). Estatuto de Igualdade de Direitos e Deveres entre Portugueses e Brasileiros (reciprocidade), 1989-2001; Lei da Nacionalidade (recuperação automática), 2004; Direito de voto generalizado nas eleições para o Parlamento Europeu( fora do espaço da UE), 2004.
Participação Associativa
Presidente da Assembleia Geral da Associação dos Portugueses do Estrangeiro (APE). Presidente da Assembleia Geral da Associação "Mulher Migrante".Membro do Conselho de Curadores da Fundação Luso-Brasileira. Membro do Conselho de Delegações e Filiais do FCP. Sócia honorária de várias associações do estrangeiro.
Publicações
Política para a Emigração e as Comunidades Portuguesas (1986); Portugal - País das Migrações sem Fim (1999); Círculo de Emigração (2002); Comunidades Portuguesas - Os Direitos e os Afectos (2005); Migrações - Iniciativas para a Igualdade de Género (2007) coord.; Problemas Sociais da Nova Emigração(2009) coord.
Relatórios apresentados nas Assembleias do Conselho da Europa e UEO ( cuja colectânea aguarda publicação) e numerosos artigos publicados em revistas da especialidade sobre Direitos Humanos, Igualdade de Direitos, Direito do Trabalho, Migrações. Colaboração regular em jornais nesses e outros domínios - feminismo, desporto, política, defesa e relações internacionais.
Condecorações
Nacional: Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique
Estrangeiras - Grã-cruz: Ordem do Cruzeiro do Sul, Ordem do Rio Branco (Brasil); Ordem do Império Britânico (Honorary Dame); Ordem de Mérito (Itália); Ordem de Mérito (Alemanha); Ordem de Mérito (Luxemburgo); Ordem de Leopoldo II (Bélgica); Ordem Fénix (Grécia); Ordem Francisco Miranda (Venezuela);
Grande Oficial: Ordem de Mérito (França); Ordem da Estrela Polar (Suécia), entre outras.
Alternativa minimalista:
CV RESUMIDO
Maria Manuela Aguiar Dias Moreira
mariamanuelaaguiar@gmail.com
Jurista
Actividade profissional
Advogada. Assistente do Centro de Estudos do Ministério das Corporações e Segurança Social (1967/74). Assistente da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de Lisboa (1971/72) e da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (1974/76). Assessora do Provedor de Justiça (1976/2002). Docente da Universidade Aberta, Mestrado de Relações Interculturais (1990/1993).
Actividade Política
Secretária de Estado do Trabalho (IV Governo Constitucional). Secretária de Estado da Emigração e Comunidades Portuguesas(VI, VII, IX e X Governos Constitucionais).Deputada (1980/2005). Vice-presidente da Assembleia da República (1987/1991). Representante de Portugal na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, APCE (1993/2005). Presidente da Comissão das Migrações, Refugiados e Demografia da APCE (1995/1997). Presidente da Delegação Portuguesa à APCE (2002/2005). Vereadora da Cultura, Câmara Municipal de Espinho (desde 2009).
Actividade Associativa
Fundadora e Presidente da Assembleia Geral da “ Mulher Migrante - Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade”.
Presidente da Assembleia Geral da Associação dos Portugueses do Estrangeiro. Membro do Conselho de Curadores da Fundação Luso-Brasileira.
Membro do Conselho de Delegações e Filiais do FCP.
Publicações
Política para a Emigração e Comunidades Portuguesas (1986). Portugal - País das Migrações sem Fim (1999). Círculo de emigração (2002). Comunidades Portuguesas – Os Direitos e os Afectos (2005).Migrações – Iniciativas para a Igualdade de Género (coord). (2007).Problema Sociais da Nova Emigração (coord). (2009). Cidadãs em Diáspora – Encontro em Espinho (coord). (2009).
O CV RESUMIDO
MARIA MANUELA AGUIAR DIAS MOREIRA
E-mail:mariamanuelaaguiar@gmail.com
Formação académica:
É licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra. Pós-graduação em Direito (Diplôme Supérieur d' Études et de Recherche en Droit) pela Faculdade de Direito e Ciências Económicas do Instituto Católico de Paris.
Foi bolseira da Fundação Gulbenkian, em Paris, e das Nações Unidas, da OCDE, e da OIT em estágios realizados em vários países da Europa. ( entre 1968/1976)
Actividade Profissional:
Advogada(1967/1972); Assistente do "Centro de Estudos" do Ministério das Corporações e Segurança Social - Direito do Trabalho (1967-1974); Assistente da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de Lisboa - Sociologia - (1971/72); Assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra - Direito Civil, regeu o curso de "Introdução ao Estudo do Direito", deu aulas práticas de "Teoria Geral do Direito" (1974/1976); Docente da Universidade Aberta, Mestrado de Relações Interculturais, regeu a cadeira de "Políticas e Estratégias para as Comunidades Portuguesa" (1992/1995); Assessor do Provedor de Justiça (1976/2002)
Actividade Política:
Secretária de Estado do Trabalho (1978/1979); Secretária de Estado da Emigração e das Comunidades Portuguesas (1980); Idem (1981); Deputada eleita pelo Círculo de Emigração Fora da Europa (1980/1985, em efectividade de funções entre Agosto de 1981 e Junho de 1983); Secretária de Estado da Emigração (1983/1985); Deputada Eleita pelo Círculo da Europa (1985/1987); Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas (1985/1987); Deputada eleita pelo Círculo do Porto (1987/1991); Vice-presidente da Assembleia da República(1987/1991); Presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República (por inerência); Presidente da Comissão Parlamentar da Condição Feminina (1987/1989); Deputada eleita pelo Círculo de Aveiro (1991/1995); Representante de Portugal na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE) e na Assembleia da UEO (1992/2005); Presidente da Sub-Comissão das Migrações da APCE (1994/1995); Presidente da Comissão das Migrações, Refugiados e Demografia da APCE (1995/1997); Vice- Presidente do Grupo Liberal e reformista na Assembleia do Conselho da Europa; Deputada eleita pelo Círculo de Emigração Fora da Europa (995/1999;1999/2002: 2002/2005); Presidente da Delegação Portuguesa à APCE e UEO (2002/2005); Vice -Presidente da Assembleia da UEO; Vice-Presidente do PPE na APCE; Presidente da Subcomissão para a Igualdade (APCE);
Membro do "Gabinete sombra" de José Manuel Durão Barroso (pelouro das Comunidades Portuguesas).
Membro honorário da Assembleia da UEO e da APCE.
Em 1980, presidiu à Delegação Portuguesa à Meia Década das Nações Unidas para a Igualdade da Mulher (Copenhague).
Em 1985, presidiu â Delegação Portuguesa e foi eleita Vice-Presidente da 2ª Conferência de Ministro do Conselho da Europa para as Migrações (Roma).
Em 1984, presidiu à Delegação Portuguesa à 1ª reunião de Ministros do Conselho da Europa para a Igualdade de Mulheres e Homens (Estrasburgo).
Em 1987, presidiu à Delegação Portuguesa e foi eleita presidente da 3ª Conferência de Ministros do Conselho da Europa para as Migrações (Porto).
Entre 1987 e 1991, foi a primeira mulher a presidir aos plenários da Assembleia da Repúblicae a chefiar delegações parlamentares, a primeira das quais se dirigiu ao Japão.
Legislação e instituições cuja criação ou reforma impulsionou:
Comissão para a Igualdade no Trabalho e Empresa (CITE), 1979; Instituto de Apoio à Emigração e Comunidades Portuguesas (IAECP), 1980; Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), 1980; Lei da Nacionalidade, 1981; Centro de Estudo do IAECP e "Fundo Documental e Iconográfico das Comunidades Portuguesas" (1984); "Regionalização" do CCP (1984); Comissão Interministerial para as Comunidades Portuguesas (1987). Estatuto de Igualdade de Direitos e Deveres entre Portugueses e Brasileiros (reciprocidade), 1989-2001; Lei da Nacionalidade (recuperação automática), 2004; Direito de voto generalizado nas eleições para o Parlamento Europeu(fora do espaço da UE), 2004.
Participação Associativa
Presidente da Assembleia Geral da Associação dos Portugueses do Estrangeiro (APE).
Presidente da Assembleia Geral da Associação "Mulher Migrante".
Membro do Conselho de Curadores da Fundação Luso-Brasileira.
Membro do Conselho de Delegações e Filiais do FCP.
Sócia honorária de várias associações do estrangeiro.
Publicações
Política para a Emigração e as Comunidades Portuguesas (1986); Portugal - País das Migrações sem Fim (1999); Círculo de Emigraçâo (2002); Comunidades Portuguesas - Os Direitos e os Afectos (2005); Migrações - Iniciativas para a Igualdade de Género (2007) coord.; Problemas Sociais da Nova Emigração(2009) coord.
Relatórios apresentados nas Assembleias do Conselho da Europa e UEO ( cuja colectânea aguarda publicação) e numerosos artigos publicados em revistas da especialidade sobre Direitos Humanos, Igualdade de Direitos, Direito do Trabalho, Migrações. Colaboração regular em jornais nesses e outros domínios - feminismo, desporto, política, defesa e relações internacionais.
Condecorações
Nacional: Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique
Estrangeiras - Grã Cruz: Ordem do Cruzeiro do Sul, Ordem do Rio Branco (Brasil); Ordem do Império Britânico (Honorary Dame); Ordem de Mérito (Itália); Ordem de Mérito (Alemanha); Ordem de Mérito (Luxemburgo); Ordem de Leopoldo II (Bélgica); Ordem Fénix (Grécia); Ordem Francisco Miranda (Venezuela);
Grande Oficial: Ordem de Mérito (França); Ordem da Estrela Polar (Suécia), entre outras.
E-mail:mariamanuelaaguiar@gmail.com
Formação académica:
É licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra. Pós-graduação em Direito (Diplôme Supérieur d' Études et de Recherche en Droit) pela Faculdade de Direito e Ciências Económicas do Instituto Católico de Paris.
Foi bolseira da Fundação Gulbenkian, em Paris, e das Nações Unidas, da OCDE, e da OIT em estágios realizados em vários países da Europa. ( entre 1968/1976)
Actividade Profissional:
Advogada(1967/1972); Assistente do "Centro de Estudos" do Ministério das Corporações e Segurança Social - Direito do Trabalho (1967-1974); Assistente da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de Lisboa - Sociologia - (1971/72); Assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra - Direito Civil, regeu o curso de "Introdução ao Estudo do Direito", deu aulas práticas de "Teoria Geral do Direito" (1974/1976); Docente da Universidade Aberta, Mestrado de Relações Interculturais, regeu a cadeira de "Políticas e Estratégias para as Comunidades Portuguesa" (1992/1995); Assessor do Provedor de Justiça (1976/2002)
Actividade Política:
Secretária de Estado do Trabalho (1978/1979); Secretária de Estado da Emigração e das Comunidades Portuguesas (1980); Idem (1981); Deputada eleita pelo Círculo de Emigração Fora da Europa (1980/1985, em efectividade de funções entre Agosto de 1981 e Junho de 1983); Secretária de Estado da Emigração (1983/1985); Deputada Eleita pelo Círculo da Europa (1985/1987); Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas (1985/1987); Deputada eleita pelo Círculo do Porto (1987/1991); Vice-presidente da Assembleia da República(1987/1991); Presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República (por inerência); Presidente da Comissão Parlamentar da Condição Feminina (1987/1989); Deputada eleita pelo Círculo de Aveiro (1991/1995); Representante de Portugal na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE) e na Assembleia da UEO (1992/2005); Presidente da Sub-Comissão das Migrações da APCE (1994/1995); Presidente da Comissão das Migrações, Refugiados e Demografia da APCE (1995/1997); Vice- Presidente do Grupo Liberal e reformista na Assembleia do Conselho da Europa; Deputada eleita pelo Círculo de Emigração Fora da Europa (995/1999;1999/2002: 2002/2005); Presidente da Delegação Portuguesa à APCE e UEO (2002/2005); Vice -Presidente da Assembleia da UEO; Vice-Presidente do PPE na APCE; Presidente da Subcomissão para a Igualdade (APCE);
Membro do "Gabinete sombra" de José Manuel Durão Barroso (pelouro das Comunidades Portuguesas).
Membro honorário da Assembleia da UEO e da APCE.
Em 1980, presidiu à Delegação Portuguesa à Meia Década das Nações Unidas para a Igualdade da Mulher (Copenhague).
Em 1985, presidiu â Delegação Portuguesa e foi eleita Vice-Presidente da 2ª Conferência de Ministro do Conselho da Europa para as Migrações (Roma).
Em 1984, presidiu à Delegação Portuguesa à 1ª reunião de Ministros do Conselho da Europa para a Igualdade de Mulheres e Homens (Estrasburgo).
Em 1987, presidiu à Delegação Portuguesa e foi eleita presidente da 3ª Conferência de Ministros do Conselho da Europa para as Migrações (Porto).
Entre 1987 e 1991, foi a primeira mulher a presidir aos plenários da Assembleia da Repúblicae a chefiar delegações parlamentares, a primeira das quais se dirigiu ao Japão.
Legislação e instituições cuja criação ou reforma impulsionou:
Comissão para a Igualdade no Trabalho e Empresa (CITE), 1979; Instituto de Apoio à Emigração e Comunidades Portuguesas (IAECP), 1980; Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), 1980; Lei da Nacionalidade, 1981; Centro de Estudo do IAECP e "Fundo Documental e Iconográfico das Comunidades Portuguesas" (1984); "Regionalização" do CCP (1984); Comissão Interministerial para as Comunidades Portuguesas (1987). Estatuto de Igualdade de Direitos e Deveres entre Portugueses e Brasileiros (reciprocidade), 1989-2001; Lei da Nacionalidade (recuperação automática), 2004; Direito de voto generalizado nas eleições para o Parlamento Europeu(fora do espaço da UE), 2004.
Participação Associativa
Presidente da Assembleia Geral da Associação dos Portugueses do Estrangeiro (APE).
Presidente da Assembleia Geral da Associação "Mulher Migrante".
Membro do Conselho de Curadores da Fundação Luso-Brasileira.
Membro do Conselho de Delegações e Filiais do FCP.
Sócia honorária de várias associações do estrangeiro.
Publicações
Política para a Emigração e as Comunidades Portuguesas (1986); Portugal - País das Migrações sem Fim (1999); Círculo de Emigraçâo (2002); Comunidades Portuguesas - Os Direitos e os Afectos (2005); Migrações - Iniciativas para a Igualdade de Género (2007) coord.; Problemas Sociais da Nova Emigração(2009) coord.
Relatórios apresentados nas Assembleias do Conselho da Europa e UEO ( cuja colectânea aguarda publicação) e numerosos artigos publicados em revistas da especialidade sobre Direitos Humanos, Igualdade de Direitos, Direito do Trabalho, Migrações. Colaboração regular em jornais nesses e outros domínios - feminismo, desporto, política, defesa e relações internacionais.
Condecorações
Nacional: Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique
Estrangeiras - Grã Cruz: Ordem do Cruzeiro do Sul, Ordem do Rio Branco (Brasil); Ordem do Império Britânico (Honorary Dame); Ordem de Mérito (Itália); Ordem de Mérito (Alemanha); Ordem de Mérito (Luxemburgo); Ordem de Leopoldo II (Bélgica); Ordem Fénix (Grécia); Ordem Francisco Miranda (Venezuela);
Grande Oficial: Ordem de Mérito (França); Ordem da Estrela Polar (Suécia), entre outras.
terça-feira, 6 de julho de 2010
ENTREVISTA TORONTO - Drª HUMBERTA
1 - A Associação Mulher Migrante tem tido um papel importante na abordagem das questões do género e do fenómeno das migrações. Em termos práticos como avalia o papel da mesma?
Para quem não conhece a “Associação Mulher Migrante” diria duas palavras sobre a sua instituição, em 1994 : com ela se pretendia dar continuidade ao primeiro Encontro Mundial de Mulheres Migrantes no Associativismo e no Jornalismo, que se realizou em Junho de 1985, pela mão do governo português, cumprindo uma recomendação de Maria Alice Ribeiro, feita através do Conselho das Comunidades em finais de 84 (Maria Alice Ribeiro, a inesquecível jornalista de Toronto e Conselheira das Comunidades!).
Uma das propostas do Encontro (que foi, graças a qualidade e ao entusiasmo dessas mulheres de elite que nele participaram, um sucesso, para alem de ser um evento pioneiro a nível nacional e europeu), pretendia que fosse criada uma organização transnacional capaz de continuar o trabalho encetado de motivar crescentemente as mulheres para a vida comunitária, promovendo reuniões e congressos periódicos.
Eis o que se propunha fazer a Associação, considerando-se herdeira desse projecto e agregando um núcleo de mulheres e homens interessados na problemática das migrações femininas - tanto nos aspectos teórico, de estudo, de conhecimento da realidade, tal como nos aspectos práticos, de acção concreta.
Fazendo um breve balanço destes 16 anos de vida, eu diria que a Associação, enquanto rede de organizações internacionais, tem tido dificuldade de expansão, e de assegurar um funcionamento regular a esse nível, continuando aquém do que desejaríamos que fosse.
Pelo contrário, dentro do pais excedeu as expectativas, tornando-se um verdadeiro parceiro dos departamentos governamentais para a igualdade e para a Emigracao, ao longo destes anos, de uma forma constante e eficaz. Tem contribuído, assim, decisivamente, para a emergência de uma componente de género nas politicas de emigração, que, antes e depois do 25 de Abril, quase não existia ( a menos que, antes de 74, se considerasse como tal as proibições ou limitações acrescidas que as mulheres sentiam para sair do pais...).
Foi sobretudo através do que alguns chamam “congressismo” – dialogo e reflexão em congressos, seminarios, colóquios, reuniões conjuntas entre ONG’s e governo – que se avançou neste domínio, desde o grande encontro de 85.
A Mulher Migrante foi organizadora do segundo Encontro Mundial de Mulheres Migrantes em 95, responsável por muitas iniciativas num circulo mais restrito de especialistas no pais e no estrangeiro, e, mais recentemente, pelos “Encontros para a Cidadania”, que, entre 2005-2009, se levaram a efeito em quatro continentes do mundo para apelar a intervenção civica e politica das mulheres, contando com o patrocínio e a presença de membros do Governo - os Secretários de Estado Jorge Lacão e Antonio Braga.
2- Sabemos que se deve a mulher imigrante o transporte de muitas das tradições e tem sido elas a base invisível do sucesso de muitas das empresas que em diversos ramos da economia estabeleceram o nome de Portugal no estrangeiro: da restauração, limpeza, importação de produtos ligados a gastronomia tradicional, agências de viagens, instituições culturais, imobiliária, creches privadas entre muitos outros. Todavia este poder não tem equivalência em termos de visibilidade ou de poder de decisão. Porque do seu ponto de vista?
Concordo em absoluto com as afirmações sobre a importância do papel das mulheres na vida das comunidades do estrangeiro. Sem elas nem sequer haveria verdadeiras comunidades de língua e cultura portuguesa, pois foi decisiva a entrada das família inteiras nos clubes, mulheres, jovens, para alem dos homens que tradicionalmente os encabeçam, para lhes dar a sua vertente cultural – o ensino da língua, a musica, a dança, o teatro, as festas tradicionais, a gastronomia.
Mas as mulheres, no passado, (no presente as coisas estão a deixar de ser assim...) reproduziam nestes espaços colectivos, o seu papel tradicional no interior da família, aceitando um lugar apagado, ainda que relevante, o que as tornava praticamente invisíveis.
Só se pode sair desta situação por determinação das próprias mulheres e de todos os que compreendem que esse apagamento das suas potencialidades não aproveita a ninguém. As comunidades precisam, cada vez mais, da activa intervenção, do entusiasmo de mulheres, das jovens. Há que lhes dar autoconfiança e orgulho de serem o rosto feminino da comunidade, em instituições mais fortes e equilibradas, do ponto de vista de género e de geração. Em alguns pontos do mundo a sobrevivência das comunidades ja depende dessa sua atitude inovadora!
3 O debate da mulher imigrante nos Órgãos de Comunicação Social tarda. Os problemas são inúmeros. Este e sem duvida um encontro de toda a utilidade. O que espera ele possa trazer para melhorar a situação da mulher repórter na diáspora?
– Sim, tarda e, por achar que sim e que resolvemos apresentar ao SECP Antonio Braga este projecto de organizar em colaboração com os consulados de Portugal de cada área, com meios de comunicação e associações das comunidades e com universidades locais, seminarios sobre “a Acção e representação das mulheres nos media e nos multimédia”.
Com estas iniciativas, queremos, antes de mais, chamar a atenção para o desfasamento entre as contribuições da mulher para a comunidade e para o pais e a sua imagem nos media, quer nacionais, quer também, em gradações diferentes, nos das comunidades da diáspora. Dizia Elina Guimarães que a mulher estava ausente da história porque a sua parte nela não era contada. O mesmo se pode, em certa medida dizer da história do quotidiano, que se regista nos media: lemos as noticias do jornal, assistimos ao telejornal e não ficamos a conhecer o que faz a metade feminina nas artes, na politica, no desporto, na universidade... A proporção de noticias, de reportagens de fotografias sobre os feitos de homens e mulheres e espantosamente desequilibrada, indo alem do próprio desequilíbrio que persiste em certos domínios da vida societal e politica, em desfavor do sexo feminino.
Acho que este fenómeno se pode combater de varias formas, começando por estudos sobre o conteúdo e a iconografia dos media e a sua divulgação e discussão publica – uma legitima e elegante forma de pressão. E, bem assim, por acções concretas, por uma exigência maior das próprias mulheres em ganharem o seu espaço, escrevendo artigos de opinião, utilizando os novos meios tecnológicos - mais acessíveis a todos - lançando campanhas na Net, em blogues, contando as suas experiencias de vida, fazendo carreira nos media, pela qualidade da formação e pela vontade de intervir. Fazer pedagogia, estimular a leitura dos media, com uma maior sensibilidade para os estereotipo sexistas, para a ausência de atenção aos problemas e as realizações das mulheres, na sociedade de hoje. Das mulheres em geral e das mulheres migrantes em particular (eu acrescentaria, no que respeita aos media nacionais, de mulheres e de homens migrantes, porque a nossa emigracao e diáspora anda muito esquecida da Opiniao publica ...).
4 - Falta de formação profissional contínua, a inexistência de uma ligação laboral/sindical que garanta justiça salarial e contratual, acesso aos lugares de decisão nas redacções, um sistema de apoio, informação e uma regulamentação que reconheça o seu trabalho a par dos colegas portugueses para fins de segurança social é algumas das questões levantadas por muitas jornalistas nas comunidades.
Que reposta pode ser dada por parte das entidades portuguesas?
- A resposta a essa questões justas e pertinentes, em termos de medidas concretas, não esta ao alcance de uma ONG com a Mulher Migrante, mas cabe perfeitamente no ambito dos nossos objectivos de estudo e de proposta de soluções, nomeadamente após debates públicos, em colóquios ou reuniões de trabalho, metodologia que, como referi, temos privilegiado.
Assim, num próximo seminário poderíamos dedicar-lhe um espaço adequado. Se houver interesse na nossa colaboração para o fazermos em Toronto ou em Lisboa, em Espinho, num futuro próximo, desde já manifesto toda a disponibilidade.
Poderíamos chamar a essas reuniões as autoridades competentes e ouvir da sua boca a reacção – positiva, esperemos, embora nem tudo possa, eventualmente, ser resolvido do mesmo passo... Pela minha parte, entendo que, como regra geral, devemos olhar solidariamente os portugueses do estrangeiro, como nacionais com os mesmos direitos face ao Estado. No domínio do jornalismo há que saber encontrar a formula concreta para aplicar o principio geral. Em diálogo, naturalmente!
5 - Sem dúvida que a entrada da mulher na tomada de poder nos OCS tem trazido consigo mais justiça e uma imagem mais real dos assuntos abordar pelos media. O que acha pode ser feito junto dos empresários e direcções redactoriais para que haja mais pluralidade e justiça nas redacções comunitárias? Sem dúvida que a entrada da mulher na tomada de poder nos OCS tem trazido consigo mais justiça e uma imagem mais real dos assuntos abordar pelos media. O que acha pode ser feito junto dos empresários e direcções redactoriais para que haja mais pluralidade e justiça nas redacções comunitárias.
Como em todas as profissões e domínios da vida social uma intervenção maior das mulheres, enquanto metade da humanidade tradicionalmente discriminada, assim com a intervenção de grupos minoritários, de estrangeiros representa um enorme enriquecimento, para alem de ser um acto de justiça.
Em Portugal, como e sabido, as jovens são, por puro mérito das classificações, hoje, uma maioria nas universidades e começam a ser maioritárias em muitas profissões que lhes estavam vedadas pela lei , como a magistratura ou a diplomacia, ou pelos usos, como o jornalismo. Mas a sua presença, em massa, nos media portugueses, hoje em dia, contribuindo para a qualidade do jornalismo que temos, com já contribui, não significa por si so uma mudança na forma de representar as mulheres nos media. Para isso seria necessário que elas próprias estivessem conscientes do problema existente (umas estarão, outras não...) e que tivessem acesso aos centros de decisão, de forma igualitária. Estamos longe disso... Uma razão mais para não parar o trabalho, que, na medida das nossas modestas possibilidades, estamos determinadas a continuar: porque não, por exemplo, novas acções de sensibilização desses aliados preciosos que são os directores e empresários dos media.
5 - A terminar questões da língua.
As questões salariais e laborais não atraiam jovens para os OCS. A par disso há o problema da língua Portuguesa. Muitos dos que escrevem para os jornais em português, por questões de idade e outras, acabarão por abandonar o que para muitos não passa de hobbies. Como chamar jovens profissionais interessados/as pela profissão ou pela língua para garantir o futuro da nossa média.
– Na agenda da Mulher Migrante para a promoção da participação feminina, os media tem um lugar central, a par do associativismo, porque são os pilares em que se fundam as comunidades, os meios através dos quais se afirmam e se dão a conhecer. Por isso e tão importante que as portuguesas neles estejam presentes e deles se sirvam para potenciar meios de valorização e de transmissão da língua, dos projectos, das aspirações. Estamos conscientes da importância de lutar pela língua, através da “media”, de a engrandecer literariamente e como veiculo de formação e informação. Acho que seria possível por em pratica um sistema de intercâmbios com estudantes dos cursos de jornalismo existentes nas universidades portuguesas, ou dar bolsas de estudo para sua frequência, ou facilitar, em larga escala, estágios nos meios de comunicação “de referencia”. Independentemente do problema do estatuto salarial e laboral, sem negar a sua importância num jornalismo de qualidade, que possa atrair os melhores (o que tem muito a ver com outra questão impossível de abordar em poucas palavras - a capacidade empresarial dos próprios meios de comunicação e a receptividade e apoios que encontram nos meios associativos e empresariais de cada comunidade), creio que também e preciso motivar os jovens para a aprendizagem da língua e para a admirável “aventura” de fazer com essa bela língua, ainda que sem as condições materiais mais aliciantes, jornalismo de causas, de ” intervenção” – intervenção em prol da cultura, da democracia, da igualdade, das tradições portuguesas, e também da historia, que o grande jornalismo pode e deve traçar em cada época, em cada comunidade. Eu sei que há nas nossas comunidades profissionais tão bons ou melhores do que os melhores que estão no pais. Preciso e que os jovens, de ambos os sexos, sejam apoiados, nas suas comunidades e, também através de programas governamentais, como os que referi, e outros, para que aceitem o grande desafio do jornalismo em português
Para quem não conhece a “Associação Mulher Migrante” diria duas palavras sobre a sua instituição, em 1994 : com ela se pretendia dar continuidade ao primeiro Encontro Mundial de Mulheres Migrantes no Associativismo e no Jornalismo, que se realizou em Junho de 1985, pela mão do governo português, cumprindo uma recomendação de Maria Alice Ribeiro, feita através do Conselho das Comunidades em finais de 84 (Maria Alice Ribeiro, a inesquecível jornalista de Toronto e Conselheira das Comunidades!).
Uma das propostas do Encontro (que foi, graças a qualidade e ao entusiasmo dessas mulheres de elite que nele participaram, um sucesso, para alem de ser um evento pioneiro a nível nacional e europeu), pretendia que fosse criada uma organização transnacional capaz de continuar o trabalho encetado de motivar crescentemente as mulheres para a vida comunitária, promovendo reuniões e congressos periódicos.
Eis o que se propunha fazer a Associação, considerando-se herdeira desse projecto e agregando um núcleo de mulheres e homens interessados na problemática das migrações femininas - tanto nos aspectos teórico, de estudo, de conhecimento da realidade, tal como nos aspectos práticos, de acção concreta.
Fazendo um breve balanço destes 16 anos de vida, eu diria que a Associação, enquanto rede de organizações internacionais, tem tido dificuldade de expansão, e de assegurar um funcionamento regular a esse nível, continuando aquém do que desejaríamos que fosse.
Pelo contrário, dentro do pais excedeu as expectativas, tornando-se um verdadeiro parceiro dos departamentos governamentais para a igualdade e para a Emigracao, ao longo destes anos, de uma forma constante e eficaz. Tem contribuído, assim, decisivamente, para a emergência de uma componente de género nas politicas de emigração, que, antes e depois do 25 de Abril, quase não existia ( a menos que, antes de 74, se considerasse como tal as proibições ou limitações acrescidas que as mulheres sentiam para sair do pais...).
Foi sobretudo através do que alguns chamam “congressismo” – dialogo e reflexão em congressos, seminarios, colóquios, reuniões conjuntas entre ONG’s e governo – que se avançou neste domínio, desde o grande encontro de 85.
A Mulher Migrante foi organizadora do segundo Encontro Mundial de Mulheres Migrantes em 95, responsável por muitas iniciativas num circulo mais restrito de especialistas no pais e no estrangeiro, e, mais recentemente, pelos “Encontros para a Cidadania”, que, entre 2005-2009, se levaram a efeito em quatro continentes do mundo para apelar a intervenção civica e politica das mulheres, contando com o patrocínio e a presença de membros do Governo - os Secretários de Estado Jorge Lacão e Antonio Braga.
2- Sabemos que se deve a mulher imigrante o transporte de muitas das tradições e tem sido elas a base invisível do sucesso de muitas das empresas que em diversos ramos da economia estabeleceram o nome de Portugal no estrangeiro: da restauração, limpeza, importação de produtos ligados a gastronomia tradicional, agências de viagens, instituições culturais, imobiliária, creches privadas entre muitos outros. Todavia este poder não tem equivalência em termos de visibilidade ou de poder de decisão. Porque do seu ponto de vista?
Concordo em absoluto com as afirmações sobre a importância do papel das mulheres na vida das comunidades do estrangeiro. Sem elas nem sequer haveria verdadeiras comunidades de língua e cultura portuguesa, pois foi decisiva a entrada das família inteiras nos clubes, mulheres, jovens, para alem dos homens que tradicionalmente os encabeçam, para lhes dar a sua vertente cultural – o ensino da língua, a musica, a dança, o teatro, as festas tradicionais, a gastronomia.
Mas as mulheres, no passado, (no presente as coisas estão a deixar de ser assim...) reproduziam nestes espaços colectivos, o seu papel tradicional no interior da família, aceitando um lugar apagado, ainda que relevante, o que as tornava praticamente invisíveis.
Só se pode sair desta situação por determinação das próprias mulheres e de todos os que compreendem que esse apagamento das suas potencialidades não aproveita a ninguém. As comunidades precisam, cada vez mais, da activa intervenção, do entusiasmo de mulheres, das jovens. Há que lhes dar autoconfiança e orgulho de serem o rosto feminino da comunidade, em instituições mais fortes e equilibradas, do ponto de vista de género e de geração. Em alguns pontos do mundo a sobrevivência das comunidades ja depende dessa sua atitude inovadora!
3 O debate da mulher imigrante nos Órgãos de Comunicação Social tarda. Os problemas são inúmeros. Este e sem duvida um encontro de toda a utilidade. O que espera ele possa trazer para melhorar a situação da mulher repórter na diáspora?
– Sim, tarda e, por achar que sim e que resolvemos apresentar ao SECP Antonio Braga este projecto de organizar em colaboração com os consulados de Portugal de cada área, com meios de comunicação e associações das comunidades e com universidades locais, seminarios sobre “a Acção e representação das mulheres nos media e nos multimédia”.
Com estas iniciativas, queremos, antes de mais, chamar a atenção para o desfasamento entre as contribuições da mulher para a comunidade e para o pais e a sua imagem nos media, quer nacionais, quer também, em gradações diferentes, nos das comunidades da diáspora. Dizia Elina Guimarães que a mulher estava ausente da história porque a sua parte nela não era contada. O mesmo se pode, em certa medida dizer da história do quotidiano, que se regista nos media: lemos as noticias do jornal, assistimos ao telejornal e não ficamos a conhecer o que faz a metade feminina nas artes, na politica, no desporto, na universidade... A proporção de noticias, de reportagens de fotografias sobre os feitos de homens e mulheres e espantosamente desequilibrada, indo alem do próprio desequilíbrio que persiste em certos domínios da vida societal e politica, em desfavor do sexo feminino.
Acho que este fenómeno se pode combater de varias formas, começando por estudos sobre o conteúdo e a iconografia dos media e a sua divulgação e discussão publica – uma legitima e elegante forma de pressão. E, bem assim, por acções concretas, por uma exigência maior das próprias mulheres em ganharem o seu espaço, escrevendo artigos de opinião, utilizando os novos meios tecnológicos - mais acessíveis a todos - lançando campanhas na Net, em blogues, contando as suas experiencias de vida, fazendo carreira nos media, pela qualidade da formação e pela vontade de intervir. Fazer pedagogia, estimular a leitura dos media, com uma maior sensibilidade para os estereotipo sexistas, para a ausência de atenção aos problemas e as realizações das mulheres, na sociedade de hoje. Das mulheres em geral e das mulheres migrantes em particular (eu acrescentaria, no que respeita aos media nacionais, de mulheres e de homens migrantes, porque a nossa emigracao e diáspora anda muito esquecida da Opiniao publica ...).
4 - Falta de formação profissional contínua, a inexistência de uma ligação laboral/sindical que garanta justiça salarial e contratual, acesso aos lugares de decisão nas redacções, um sistema de apoio, informação e uma regulamentação que reconheça o seu trabalho a par dos colegas portugueses para fins de segurança social é algumas das questões levantadas por muitas jornalistas nas comunidades.
Que reposta pode ser dada por parte das entidades portuguesas?
- A resposta a essa questões justas e pertinentes, em termos de medidas concretas, não esta ao alcance de uma ONG com a Mulher Migrante, mas cabe perfeitamente no ambito dos nossos objectivos de estudo e de proposta de soluções, nomeadamente após debates públicos, em colóquios ou reuniões de trabalho, metodologia que, como referi, temos privilegiado.
Assim, num próximo seminário poderíamos dedicar-lhe um espaço adequado. Se houver interesse na nossa colaboração para o fazermos em Toronto ou em Lisboa, em Espinho, num futuro próximo, desde já manifesto toda a disponibilidade.
Poderíamos chamar a essas reuniões as autoridades competentes e ouvir da sua boca a reacção – positiva, esperemos, embora nem tudo possa, eventualmente, ser resolvido do mesmo passo... Pela minha parte, entendo que, como regra geral, devemos olhar solidariamente os portugueses do estrangeiro, como nacionais com os mesmos direitos face ao Estado. No domínio do jornalismo há que saber encontrar a formula concreta para aplicar o principio geral. Em diálogo, naturalmente!
5 - Sem dúvida que a entrada da mulher na tomada de poder nos OCS tem trazido consigo mais justiça e uma imagem mais real dos assuntos abordar pelos media. O que acha pode ser feito junto dos empresários e direcções redactoriais para que haja mais pluralidade e justiça nas redacções comunitárias? Sem dúvida que a entrada da mulher na tomada de poder nos OCS tem trazido consigo mais justiça e uma imagem mais real dos assuntos abordar pelos media. O que acha pode ser feito junto dos empresários e direcções redactoriais para que haja mais pluralidade e justiça nas redacções comunitárias.
Como em todas as profissões e domínios da vida social uma intervenção maior das mulheres, enquanto metade da humanidade tradicionalmente discriminada, assim com a intervenção de grupos minoritários, de estrangeiros representa um enorme enriquecimento, para alem de ser um acto de justiça.
Em Portugal, como e sabido, as jovens são, por puro mérito das classificações, hoje, uma maioria nas universidades e começam a ser maioritárias em muitas profissões que lhes estavam vedadas pela lei , como a magistratura ou a diplomacia, ou pelos usos, como o jornalismo. Mas a sua presença, em massa, nos media portugueses, hoje em dia, contribuindo para a qualidade do jornalismo que temos, com já contribui, não significa por si so uma mudança na forma de representar as mulheres nos media. Para isso seria necessário que elas próprias estivessem conscientes do problema existente (umas estarão, outras não...) e que tivessem acesso aos centros de decisão, de forma igualitária. Estamos longe disso... Uma razão mais para não parar o trabalho, que, na medida das nossas modestas possibilidades, estamos determinadas a continuar: porque não, por exemplo, novas acções de sensibilização desses aliados preciosos que são os directores e empresários dos media.
5 - A terminar questões da língua.
As questões salariais e laborais não atraiam jovens para os OCS. A par disso há o problema da língua Portuguesa. Muitos dos que escrevem para os jornais em português, por questões de idade e outras, acabarão por abandonar o que para muitos não passa de hobbies. Como chamar jovens profissionais interessados/as pela profissão ou pela língua para garantir o futuro da nossa média.
– Na agenda da Mulher Migrante para a promoção da participação feminina, os media tem um lugar central, a par do associativismo, porque são os pilares em que se fundam as comunidades, os meios através dos quais se afirmam e se dão a conhecer. Por isso e tão importante que as portuguesas neles estejam presentes e deles se sirvam para potenciar meios de valorização e de transmissão da língua, dos projectos, das aspirações. Estamos conscientes da importância de lutar pela língua, através da “media”, de a engrandecer literariamente e como veiculo de formação e informação. Acho que seria possível por em pratica um sistema de intercâmbios com estudantes dos cursos de jornalismo existentes nas universidades portuguesas, ou dar bolsas de estudo para sua frequência, ou facilitar, em larga escala, estágios nos meios de comunicação “de referencia”. Independentemente do problema do estatuto salarial e laboral, sem negar a sua importância num jornalismo de qualidade, que possa atrair os melhores (o que tem muito a ver com outra questão impossível de abordar em poucas palavras - a capacidade empresarial dos próprios meios de comunicação e a receptividade e apoios que encontram nos meios associativos e empresariais de cada comunidade), creio que também e preciso motivar os jovens para a aprendizagem da língua e para a admirável “aventura” de fazer com essa bela língua, ainda que sem as condições materiais mais aliciantes, jornalismo de causas, de ” intervenção” – intervenção em prol da cultura, da democracia, da igualdade, das tradições portuguesas, e também da historia, que o grande jornalismo pode e deve traçar em cada época, em cada comunidade. Eu sei que há nas nossas comunidades profissionais tão bons ou melhores do que os melhores que estão no pais. Preciso e que os jovens, de ambos os sexos, sejam apoiados, nas suas comunidades e, também através de programas governamentais, como os que referi, e outros, para que aceitem o grande desafio do jornalismo em português
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