domingo, 10 de maio de 2009

Os Retratos Mais Antigos

O mais antigo é o do meu trisavô Joaquim Ferreira Ramos.
Dele, infelizmente, não sabemos quase nada. Viveu, na 1ª metade do século XVIII, na Quinta da Bela Vista, onda nasceu a bisavó Carolina. E foi pai de Manuel Guedes Ferreira Ramos, que ainda hoje, dá nome à praça do minicípio, em Gondomar: Praça Manuel Guedes. Não tenho a certeza, mas julgo que a 2ª foto deste conjunto, que pertencia ao mais antigo album da Avó Maria, é a dele.
Há dois retratos de uma linda tia bisavó, irmã de Carolina - num deles com uma anónima criança ao colo, um filho ou um sobrinho, provavelmente - que se chamaria Ana ou Joana. Não sabemos , ao certo.
Carolina Ferreira Ramos casou com o tabelião de Gondomar - um jovem bonito, muito culto e bem educado, vindo do Minho: Joaquim Mendes Barboza.
Soube, não pela família, mas pela monografia "Concelho de Gondomar", de Camilo de Oliveira, que tinha estudado no seminário, até descobrir a falta de vocação. Voltou-se, então para as leis, e, em breve, estava à frente do Cartório Notarial, na vila de Gondomar.
O casamento foi contrariado, evidentemente, porque o forasteiro, ainda que de ilustre família, não correspondia às expectativas, em termos de fortuna... Ou seria, também, por razões políticas? Ele era monárquico e conservador (pertenceu, mais tarde, ao Partido Regenerador), e, ou muito me engano, ou a família Ferreira Ramos tendia a ser radicalmente o oposto. Era esse, de certeza, o caso do republicaníssimo Manuel Guedes - o cunhado que ficou com o nome na Praça principal por ter financiado a abertura da ligação da sua terra com o Porto.
O desagrado foi coisa passageira. Em breve consideravam o genro, o cunhado, tio ou primo o Homem ideal. Parece que era mesmo! Muito em especial para Carolina.
Tiveram 8 filhos: Alberto, António, Rozaura, Américo, Alexandre, Glória, José e Maria da Conceição - a Avó Maria ( já a Bisavó Carolina fizera os 50 anos. Agora não permitiriam...).
O apelido dos mais velhos é Mendes Barboza. O dos mais novos Barboza Ramos
Pela simples razão de que já depois do 4º filho, Carolina se deu conta de que eles não levavam o seu nome no registo. E protestou, junto do marido. Imagino como se terá sentido incomodado. Não lhe tinha sequer ocorrido que isso tivesse importância para a mulher. E, assim, daí para diante, colocou "Ramos", no lugar mais proeminente, que entre nós, ao contrário da Espanha, é o último.
Sem grandes efeitos práticos, porque, nas futuras gerações, os filhos deixaram, invariavelmente, "cair" o gondomarense apelido Ramos e continuaram o Barboza, vindo lá de longe, de Bitarães.
De qualquer modo, agrada-me a atitude da bisavó Carolina, como um verdadeiro assomo de feminismo, que foi herdado nos génes de algumas das descendentes.








































































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