Tem a palavra a família Aguiar e os seus amigos. Vamos abrir o "Círculo", com duas alternativas, que proponho: Este "Aguiaríssimo" ou o "blogguiar.blogspot.com"
terça-feira, 26 de abril de 2022
BALBINA MENDES
O LUGAR DAS MULHERES NAS ARTES
A propósito do retorno de Balbina Mendes ao FACE
1 - Em 2010, quando Balbina Mendes veio a Espinho, pela primeira vez, o FACE, inaugurado a 16 de junho de 2009, dava os primeiros passos na que poderemos considerar o seu percurso de afirmação. De facto, os museus, as galerias de arte ganham nome e prestígio com a vivência do lugar, com a marca das pessoas que, sucessivamente, convidam para o habitar, cruzando o seu "curriculum” com o deles, numa apropriação desejada e consentida.
Balbina entrou na história das Galerias do FACE como a primeira Mulher a ocupá-las numa exposição individual, e a primeira a surpreender e a mobilizar largas audiências com as suas espantosas 'Máscaras Rituais do Douro e Trás os Montes" - uma pintura de matriz etnológica, que recuperava arquétipos primordiais emergindo, interpretados e recriados em toda a sua magia, nas telas de grande dimensão e impacto.
Nesse julho de 2010, ela foi também precursora numa outra vertente, ao promover no ato de inauguração um memorável espetáculo de danças dos caretos de Podence, que trouxeram o exotismo da "festa dos rapazes" às ruas de Espinho e, depois, aos corredores e salões do Museu.
No ano seguinte, com a Bienal, "Mulheres d' Artes", em que Balbina Mendes esteve presente, o Museu de Espinho antecipou, em cerca de uma década, a marcante exposição de pintura no feminino providenciada pela Fundação Calouste Gulbenkian. Em ambas as iniciativas, a de Espinho e a de Lisboa, adivinhamos o mesmo escopo - não, como é evidente, o de "excluir, segundo o sexo", mas o de valorizar a metade ancestralmente invisível, no sentido do alargamento e universalização das Artes.
Já quanto à complexa questão do modo como o "género" se exprime, (com caraterísticas próprias ou comuns e indistintas), a organização da 1ª Bienal guardou-se de tomar partido, reconhecendo, sim, por um ado, que o masculino avulta, desde tempos imemoriais e ainda hoje como "padrão", enquanto o feminino é "alteridade", e, por outro, a ideia de que o sucesso das "mulheres-exceção" não deve deixar no esquecimento a persistente desigualdade da maioria, que as estatísticas, na fria linguagem dos números, denunciam.
No catálogo da 1ª Bienal, o Dr. Armando Bouçon, Diretor do Museu, a quem se ficou a dever a proposta de a realizar, escrevia: "Uma análise correta de toda a história da Arte dá-nos uma perceção muito transparente de como o campo das artes plásticas foi ocupado durante muitos séculos pelo género masculino". Foi. E não continuará a ser?
2 - Até um Museu que fez história, em Portugal, com quatro históricas bienais de Arte no feminino (entre 2011-2017) pode servir-nos para mostrar como, ao nível de mega exposições individuais, se mantém, nas suas Galerias, o predomínio masculino, enquanto nas coletivas, ou nas exibidas, mais modestamente, em pequenos recantos do Fórum, as mulheres já ultrapassam os homens, numa trajetória positiva, mas como se estivessem, ainda, em transição gradual do espaço privado para o público… É um exemplo que
poderemos extrapolar, em outras áreas, a nível nacional e até internacional. Na verdade, essa constatação terá estado na origem do movimento pela Arte no feminino, que teve, e tem, em Paula Rego uma das suas líderes mais insignes e mais ativas. Nas suas próprias palavras: "As minhas pinturas são pinturas feitas por uma artista mulher. As histórias que eu conto são histórias que as mulheres contam. O que é isso de uma arte sem género? Uma arte neutra?". [...] "Há histórias à espera de serem contadas, e que nunca o foram antes. Têm a ver com aquilo em que jamais se tocou-as experiências de mulheres".
Um discurso com que a nova vaga feminista do último quartel do século XX incorporou o plano da expressão artística na globalidade da sua luta - discurso que, diga-se, neste como em qualquer outro campo, é tudo menos pacífico. Mais consensual será, certamente, a exortação de Gisele Breitling em favor de "uma nova e verdadeira universalidade em que o feminino assuma o seu lugar de direito e o masculino as suas verdadeiras proporções".
3 - Balbina Mendes tem contribuído, poderosamente, para que as mulheres portuguesas assumam, na vida cultural e artística do nosso país, o seu "lugar de direito". Fá- lo, ocupando, simplesmente, o lugar, com ânimo e talento de sobra, sem em nada se julgar discriminada. É um caso exemplar, entre grandes artistas, cuja atitude de despreocupação com disparidades de género, contém implícita a exigência do tratamento igualitário. À margem de uma teorização reivindicativa, alcança as metas que esta se propõe, com isso abrindo caminho a outras mulheres, destruindo preconceitos de género, pela força do seu traço, pela singularidade de temáticas e de técnicas....
Embora, como velha militante da igualdade, desde os bancos da escola, não me situe exatamente nesta linha, tenho de reconhecer a sua eficácia, assim como, também, de admitir os riscos da defesa "à outrance" da "arte com género" em que Paula Rego acredita...O que, sendo, no seu patamar de genialidade, sinal vanguardista de "contracultura", pode, a outros níveis, redundar em novos estereótipos do feminino, que, em sociedades patriarcais, são, fatalmente, menos valia. Por essa razão, num outro domínio, o literário, reservamos o feminino” poetisa” para o comum das mulheres, mas chamamos "poetas" a uma Sophia, ou a uma Ana Luísa Amaral...Por essa mesma razão, o crítico João Gaspar Simões, elogiando a força imanente da prosa de Maria Archer, o realismo puro e duro com que abordava as problemáticas mais ousadas, a qualificava como "um grande escritor". Ambíguo cumprimento, a que subjaz a conceção da masculinidade intrínseca do cânone! Balbina não o apreciaria, mas é uma das mulheres a quem se poderia, nessa lógica, aplicar. A sua obra é original, audaciosa, inovadora, (nos temas, na estética, policromia, fusão de materiais...). Transpõe para a pintura a experiência dos muitos mundos que a sua vivência atravessa e o seu olhar penetra, numa vontade constante de transcendência.
Conheci-a na exposição em que nos contava a história do Douro, o “seu” rio, correndo entre margens, da nascente até à foz, incorporado na beleza encantatória de paisagens. Reencontrei-a no ciclo temático sobre as máscaras rituais, incursão telúrica à infância em terras de Miranda, em que se entrelaçam emoções e saberes, reinventados na tela, em explosões de cor...
Numa "leitura feminista” noto a naturalidade com que se apoderou, para a transfigurar em arte, da tradição masculina da máscara, símbolo da superioridade e camaradagem de sexo, em cerimoniais rigorosamente proibidos à mulher... Um prenúncio da força subversiva e libertária da sua aventura artística. Com o passo seguinte, ultrapassa uma última fronteira, numa fase em que a fragmentação ou transparência da máscara deixa o rosto a descoberto... o rosto feminino! É a definitiva rutura do interdito, que Paula Rego saudaria com o seu "gozo pela inversão e desalojar da ordem estabelecida"...
Na mostra agora aberta ao público nas Galeria Amadeo Souza-.Cardoso, intitulada "Segunda pele", o tropo narrativo de Balbina não nos revela, antes adensa o mistério dos jogos entre a face desocultada e as suas máscaras, mas revela-a como assombrosa retratista de rostos belíssimos e confirma o seu incessante questionamento sobre o ser, a aparência, o tangível e o intangível. Para o que vai encontrar inspiração na heteronímia Pessoana, glosando em linguagem pictórica um mote literário. O resultado é, pura e simplesmente, fantástico!
A não perder, até 28 de maio, em mais este capítulo do roteiro do FACE e da vida cultural que Espinho nos oferece.
quinta-feira, 14 de abril de 2022
O 10 DE JUNHO DE 1989
10 de junho de 1989 - celebrações em NY, a aprtir de uma hora e meia de vídeo. O Cônsul João Quintela e eu - VP da AR. (amigos e colegas de curso) Bons tempos!!!
https://youtu.be/SOlzrp38mnU
sábado, 2 de abril de 2022
2021 CICLO DE COLÓQUIOS Migrações - Do vaivém de vidas ficaram histórias
CICLO DE COLÓQUIOS
MIGRAÇÕES - DO VAIVÉM DE VIDAS FICARAM HISTÓRIAS"
O "Círculo Maria Archer", em parceria com a "Mulher Migrante - Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade" (AMM), promove um ciclo de três colóquios sobre a temática das migrações portuguesas, vistas através da Literatura.
É um convite à leitura coletiva da obra ímpar de Júlia Nery e à reflexão sobre questões que foram, igualmente, centrais no percurso e na escrita de Maria Archer, na sua visão do mundo lusófono e do espaço que as mulheres nele ocupam, ou devem e podem ocupar.
No ciclo de colóquios, por zoom, sobre os livros “Ei-los que partem”, “Pouca terra… pouca terra” e “Da Índia, com Amor”, se começa por abordar a
problemática da chamada "nova emigração" - a partida de jovens profissionais altamente qualificados, a perda de "talentos" - , para lançar, seguidamente, um olhar retrospetivo sobre a emigração tradicional - que, ao longo de séculos, despovoou o mundo rural, no continente e nas ilhas do Atlântico - e sobre o fenómeno da Expansão, determinante do êxodo sem fim, que deu origem às comunidades de cultura portuguesa e à “Diáspora".
Todas as sessões contam com a participação da Autora JÚLIA NÉRY e constituem, assim, momentos privilegiados de diálogo com ela.
Programa dos Colóquios
Sábado, 24 de abril, 17.00 -18.00
“EI-LOS QUE PARTEM”
Apresentação de Aida Baptista, seguida de debate moderado por Maria Manuela Aguiar
Sábado, 22 de maio, às 17.00-18.00
“POUCA TERRA...POUCA TERRA”
Apresentação de José Manuel da Costa Esteves, seguida de debate moderado por Graça Guedes
Moderadora: Graça Sousa Guedes
Sábado, 12 de junho, às 17.00 - 18.00
“DA ÍNDIA COM AMOR”
Apresentação de Aida Baptista, seguida de debate moderado por Ivone Ferreira
Com esta iniciativa, o "Círculo Maria Archer", coordenado por Maria Manuela Aguiar, se associa às comemorações do 25º aniversário de vida ativa da AMM, presidida por Graça Guedes, e presta homenagem à sua fundadora, Rita Gomes
HOMENAGEM a MARIA ARCHER no PORTO - O Colóquio "MULHERES DE REFERÊNCIA E DE (IR)REVERÊNCIA! (síntese) rep
NOTA SOBRE A HOMENAGEM A MARIA ARCHER NA CIDADE DO PORTO, NO 40º ANO DA SUA MORTE
A 23 de janeiro de 2022 completaram-se quarenta anos sobre a morte de Maria Archer, uma efeméride que foi comemorada, no Porto, pelo Círculo de Culturas Lusófonas Maria Archer, de janeiro a março, com uma programação de atividades focada nas múltiplas facetas da sua obra, e na sua vida, repartida no espaço da lusofonia, num constante cirandar entre realidades culturais de que se tornaria intérprete e mensageira privilegiada.
Os eventos presenciais - uma Exposição de pintura de homenagem a Maria Archer, comissariada por Ester de Sousa e Sá, e o Ciclo de Colóquios, organizados por Maria Manuela Aguiar - foram realizados no Gabinete da Biodiversidade - Centro de Ciência Viva, de 22 de janeiro a 31 de março, com a ativa colaboração de Maria João Fonseca e dos funcionários do seu departamento.
Os colóquios, subordinados ao tema "Maria Archer, Eu e Elas - mulheres que irromperam no mundo dos homens", sucederam-se, com periodicidade, em regra, quinzenal, ao longo do tempo de abertura ao público da Exposição de Homenagem a Maria Archer, e constituíram oportunidade de reflexão e debate sobre percursos de vida de mulheres portuguesas que foram precursoras em diferentes áreas e se tornaram modelos femininos de interagir,
criativamente, no espaço público.
O Colóquio Internacional "MARIA ARCHER E OUTRAS MULHERES DE REFERÊNCIA E DE (IR)REVERÊNCIA, uma parceria entre o Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa e o Círculo Maria Archer, projetado de início, para a Galeria da Biodiversidade, decorreu exclusivamente "online", a 22 de fevereiro, e reuniu investigadores portugueses e estrangeiros dedicados ao estudo da obra de mulheres portuguesas que se destacaram no panorama das Letras e Artes e nos movimentos proto feministas e feministas, de finais do século XVIII aos nossos dias, com o seguinte programa:
Mesa 1 | 10h30 -12h30 Moderação: Rosa Simas (Universidade dos Açores)
• Maria Luísa Malato (FLUP - ILC), “Catarina de Lencastre e o tema da guerra no limiar do século XIX”
•Cláudia Pazos- Alonso (Univ. Oxford - ILC), “Onde se lê ‘feminismo pioneiro’... leia-se Francisca Wood”
• M Luiza Taborda (FLUP - ILC), “Ana Plácido e uma cela só para si”
• Ana Costa Lopes (Univ. Católica-CEPCEP), “Elisa Curado: uma progressista em tempos de cólera”
Mesa 2 | 14h30 - 16h00 Moderação: Maria de Lurdes Sampaio
• Ana Paula Ferreira (Univ. Minnesota) - “Discurso imperialista e posicionamento anti-colonial: Maria Archer (1935-1963)”.
• Ana Paula Coutinho (FLUP - ILC), “Maria Archer: deslocação e (in) conveniência”
• Elisabeth Battista (UNAMAT) Da dominação à resistência: percurso de Maria Archer
Mesa 3 | 16h30 - 18h00
Moderação: Cláudia Pazos-Alonso (Univ. Oxford – ILC)
• Isabel Pires de Lima (FLUP - ILC), “Mulheres na Revolução: das Três Marias a Agustina”
• Márcia Oliveira (Univ. Minho/CEHUM), “Womanart: Mulheres, Artes, Ditadura”
• Deolinda Adão (Univ. Berkeley), “A audácia de escrever: uma abordagem da produção literária feminina”
Comissão Organizadora: Maria Manuela Aguiar, Nassalete Miranda (CMA), Marinela de Freitas e Lurdes Gonçalves (ILC)
EXPOSIÇÃO DE PINTURA DE HOMENAGEM A MARIA ARCHER
CICLO DE COLÒQUIOS "MULHERES QUE IRROMPERAM NO MUNDO DOS HOMENS"
Sessão de Abertura, sábado, dia 22 de janeiro
1º Colóquio - 16.00 - 17.00 Moderação: Nassalete Miranda (CMA)
Conferencista Deolinda Adão (Universidade da Califórnia, Berkeley): “Sussurros de vozes no silêncio – o caso de Maria Archer”
Exposição de Pintura, 17.00-18.00 Apresentação: Ester de Sousa e Sá
Artistas plásticos: Aquilino, Balbina Mendes, Cláudia Costa, Constância Néry, Do Carmo Vieira, Elizabeth Leite, Ester de Sousa e Sá, Gabriela Carrascalão, Mafalda Rocha, Maria André, Norberto de Abreu, Sílvia Vale.
Todos os pintores foram convidados a falar da sua relação com Maria Archer, tal como a expressam nas telas.
2º Colóquio - 2 de fevereiro, 16.00.17.30 Apresentação Graça Carvalho
Graça Guedes - Presidente da Associação "Mulher Migrante", a primeira mulher a fazer o doutoramento em Ciências do Desporto e a tornar-se professora catedrática nesse domínio, em Portugal, depois de ter sido campeã nacional e jogadora da Seleção Nacional de voleibol. Sob a sua orientação, concluíram doutoramentos nesse domínio Graça Carvalho e várias outras académicas.
3º Colóquio, 16 de fevereiro 16.00.17.30
Comunicação de Nassalete Miranda sobre "Agustina na terceira pessoa"
Agustina Bessa Luís na sua veste de primeira Diretora de um grande jornal nacional, o Primeiro de Janeiro, nas palavras de
Nassalete Miranda, que seria, por uma década, sua sucessora nesse cargo, e é, atualmente, Diretora do Jornal "As Artes entre as Letras".
4º Colóquio, 9 de março, 17.00-18.30
Por altura do "Dia Internacional da Mulher", em parceria com a Associação de Antigos Alunos do Liceu Rainha Santa Isabel, uma homenagem às primeiras mulheres eleitas democraticamente para o Parlamento, em 1975, na pessoa de Amélia de Azevedo, Deputada Constituinte: "Amélia Cavaleiro de Azevedo, uma democrata antes e depois de Abril".
Intervenções de Maximina Girão e Nassalete Miranda. Testemunhos de Aurora Pereira, Levi Guerra, Rui Amaral e Amândio de Azevedo.
A finalizar, José Carlos de Azevedo declamou um poema de Sophia, que, tal como Amélia de Azevedo, foi Deputada Constituinte pelo Círculo do Porto.
5º Colóquio, 16 de março, 16.00.17.00
Numa comunicação com o título "Maria Archer e Maria Lamas, o percurso de duas mulheres lutadoras" ,Ilda Figueiredo, Presidente da Direção do Conselho Português para a Paz, recordou as duas ilustres contemporâneas, na constante defesa da liberdade e da igualdade, que as levou ao exílio, destacando Maria Lamas como a primeira jornalista profissional no seu país.
6º Colóquio, 16 de março, 17.15.18.30
"Tributo a Ruth Escobar, a portuense que ajudou a mudar o Brasil"
Sobre Ruth Escobar, atriz, produtora, diretora artística, grande renovadora do teatro no Brasil, e primeira mulher eleita deputada a uma Assembleia Legislativa Estadual (no Estado de São Paulo), falaram um homem do teatro, José Caldas, um crítico de cinema, Danyel Guerra e a primeira mulher Vice-Presidente da Assembleia da República, Maria Manuela Aguiar..
Sessão de Encerramento, 31 de março, 17.00 - 18.30
No último colóquio, foram oradoras Isabel Henriques de Jesus (CICS. Nova /Faces de Eva) "De olhos bem abertos - Nótulas sobre Maria Archer, Eu e Elas", e Olga Archer (sobrinha neta de Maria Archer) "Recordar Maria Archer".
Uma mensagem de Blanche de Bonneval (antiga perita das Nações Unidas, PNUD), de quem a homenageada foi precetora e amiga, terminou os trabalhos, numa nota muito afetiva.
Seguiu-se um último convívio com artistas participantes na Exposição, no espaço arquitetónico onde a Universidade do Porto acolheu as comemorações em memória de Maria Archer.
quarta-feira, 30 de março de 2022
MARIA ARCHER colóquios 2022 CV's
A 23 de janeiro de 2022 completaram-se quarenta anos sobre a morte de Maria Archer.
Uma data comemorada, no Porto, pelo Círculo de Culturas Lusófonas Maria Archer, com uma programação de atividades focada nas múltiplas facetas da sua vastíssima obra e na sua vida, repartida no espaço da lusofonia, num constante cirandar entre realidades culturais de que se tornaria intérprete e mensageira privilegiada.
EXPOSIÇÃO DE HOMENAGEM A MARIA ARCHER/CICLO DE COLÓQUIOS "MARIA ARCHER, EU E ELAS - MULHERES QUE MUDARAM O MUNDO DOS HOMENS
Galeria da Biodiversidade - Ciência Viva, UP de 22 de janeiro a 31 de março de 2022
22 de janeiro Sessão de abertura da comemorações
Saudação da Drª Maria Manuela Aguiar e uma conferência da Profª DEOLINDA ADÃO (Universidade da Califórnia, Berkeley) sobre “Sussurros de vozes no silêncio – o caso de Maria Archer”. Debate moderado pela Drª Nassalete Miranda
Inauguração de uma Exposição de pintura comissariada por Ester de Sousa e Sá, em que 11 artistas plásticos (Aquilino Ribeiro, Balbina Mendes, Claudia Costa, Constância Néry, Do Carmo Vieira, Elizabeth Leite, Ester de Sousa e Sá, Gabriela Carrascalão, Mafalda Rocha, Maria André, Norberto de Abreu e Sílvia Vale) foram convidados a falar da sua relação com Maria Archer, tal como a expressam nas telas.
2 de fevereiro 1º Colóquio
Profª GRAÇA GUEDES, primeira mulher doutorada em Ciências do Desporto e professora catedrática neste domínio, apresentada pela Profª Mafalda Roriz, uma das suas antigas doutorandas.
16 de fevereiro 2º Colóquio
Drª Nassalete Miranda sobre AGUSTINA BESSA LUÍS. A grande escritora na sua veste de primeira mulher em Portugal a dirigir um grande jornal diário (O Primeiro de Janeiro)
22 DE fevereiro
COLÓQUIO INTERNACIONAL "MARIA ARCHER E OUTRAS MULHERES DE REFERÊNCIA E DE (IR)REVERÊNCIA
Organizada pelo Instituto de Literartura Comparada Margarida Losa (FLUP) e do Círculo de Culturas Lusófonas Maria Archer
Participação exclusivamente online
O Colóquio reuniu investigadores portugueses e estrangeiros dedicados ao estudo da obra de mulheres portuguesas que se destacaram no panorama das Letras e Artes e nos movimentos proto feministas e feministas, de finais do século XVIII aos nossos dias. Com o título, "Maria Archer e outras Mulheres de Referência e (Ir) reverência", se pretendeu sublinhar o que, para além da diversidade de épocas, lugares e contextos sócio-culturais, todas têm em comum o talento, a lucidez, o inconformismo.
Programa - Conferencistas
MESA 1 | 10h30 -12h30 Moderação: Rosa Simas
• MARIA LUISA MALATO (FLUP - ILC), “Catarina de Lencastre e o tema da guerra no limiar do século XIX”
Maria Luísa Malato é Professora Associada, com Agregação, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Com vários estudos sobre Utopia, Teatro e Retórica, a sua investigação debruça-se essencialmente sobre a literatura dos séculos XVIII e XIX. Tem Mestrado (1988, pela Universidade de Coimbra) Doutoramento e Agregação (1999 e 2007, pela Universidade do Porto) em Literatura Comparada e Estudos Românicos. Numa perspetiva comparatística, os seus trabalhos visam comprovar a necessidade de uma prática que alargue o corpus de análise às relações que a Literatura estabelece com a Filosofia, os textos impressos com os textos manuscritos, os autores canónicos com os "menores". Membro ativo do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa e colaboradora do Instituto de Filosofia (UP) e Centro de Estudos de Teatro (UL), unidades financiadas pela FCT. Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Literatura Comparada (2013- 2018). Co-editora da Revista online de Filosofia e Literatura Pontes de Vista.
• CLAÚDIA PAZOS-ALONSO (Univ. Oxford - ILC), “Onde se lê ‘feminismo pioneiro’... leia-se Francisca Wood”
Cláudia Pazos-Alonso é professora de Estudos Portugueses e de Gênero, na Universidade de Oxford e na Fellow of Wadham College. Os seus interesses de pesquisa variam amplamente em literatura lusófona dos séculos XIX e XX. Atualmente é co-diretora de mestrado em Estudos da Mulher em Oxford e vice-presidente da Associação Internacional de Lusitanos. As principais publicações de livros incluem “Antigone Daughters? Gênero, Genealogia e Política de Autoria na Escrita de Mulheres Portuguesas do século XX” (2011, com Hilary Owen), “Imagens do Eu na Poesia de Florbela Espanca” (1997) e volumes co-editados, como “Reading Literature in Portuguese“, “Um Companheiro para a Literatura Portuguesa” (2009) e “Mais Perto do Coração Selvagem.
Ensaios sobre Clarice Lispector” (2002). Juntamente com Fábio Mário da Silva, é responsável pelas recentes edições de Florbela Espanca (Estampa) e Judith Teixeira (Dom Quixote). Cláudia Pazos-Alonso acaba de publicar em Portugal o livro Anticlericalismo e feminismo na imprensa oitocentista. Os artigos de fundo de Francisca de Assis Martins Wood (2021, Edições Afrontamento).
• M. LUÍSA TABORDA (FLUP - ILC), “Ana Plácido e uma cela só para si”
Maria Luísa Taborda Santiago, licenciada em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestre e doutoranda em Estudos Literários Culturais e Interartísticos pela Universidade do Porto. Atualmente é colaboradora de um projeto de pesquisa Luso-Brasileiro que pretende publicar as obras completas da escritora portuguesa oitocentista Ana Plácido, objeto de estudo da sua tese de doutoramento. Trabalha com literatura brasileira e portuguesa e interessa-se particularmente pela escrita de autoria feminina, questões de género e poéticas e políticas do corpo.
• ANA COSTA LOPES (Univ. Católica-CEPCEP), “Elisa Curado: uma progressista em tempos de cólera”
Ana Costa-Lopes, Doutorada em Língua e Cultura Portuguesa pela Universidade Católica Portuguesa com Imagens da Mulher na Imprensa Feminina de Oitocentos, Tese publicada pela Quimera, Lisboa (2005) e Mestre em Estudos Luso-Asiáticos com a Tese Confluências e divergências culturais nas tradições contísticas portuguesa e chinesa, publicada pelas Universidades de Macau (2000) e Católica de Lisboa (2000). Investigadora do CECC e CEPCEP (Universidade Católica). Colaboradora do CLEPUL, Universidade de Lisboa com uma biografia sobre Elisa Curado (1858-1933) e, também, como Conselheira Científica (Portugal) da publicação das «Senhoras do Almanaque» do Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro. Autora de livros e artigos e de comunicações em congressos sobre a imprensa periódica feminina e história das mulheres; literatura tradicional; associações femininas.
MESA 2 | 14h30 - 16h00 Moderação: Maria de Lurdes Sampaio
~• ANA PAULA FERREIRA (Univ. Minnesota) - “Discurso imperialista e posicionamento anti-colonial: Maria Archer (1935-1963)”
Ana Paula Ferreira é Professora Titular de Estudos Portugueses na Universidade de Minnesota. Fez o doutoramento na New York University, sendo colega de Margarida Losa. A sua investigação tem-se centrado na ficção portuguesa contemporânea, com ênfase no neorealismo, em mulheres escritoras e feminismos, raça e colonialismo tardio, bem como seus efeitos e restos pós-coloniais. Entre as suas publicações em livro, A urgência de contar: contos de mulheres, anos 40 (2002), trouxe `a luz muitas das escritoras esquecidas do período do Estado Novo, entre elas Maria Archer. Desde meados da década de 1990 tem publicado estudos parciais dos romances de Lídia Jorge, editando o volume, Para um leitor ignorado: Ensaios sobre o O Vale da Paixão e outras ficções de Lídia Jorge (2009). Editou ainda, com Margarida Calafate Ribeiro, Fantasmas e fantasias imperiais no imaginário português contemporâneo (2003); e com Ana Luísa Amaral e Marilena Freitas, New Portuguese Letters to the World: International Reception (2015). O seu último livro, Women Writing Portuguese Colonialism in Africa (2020), traça a história da agência que várias mulheres escritoras tiveram para a produção simbólica e não só do colonialismo português na África, desde finais do século XIX `a segunda década do século XXI.
• ANA PAULA COUTINHO (FLUP - ILC), “Maria Archer: deslocação e (in) conveniência”
Ana Paula Coutinho é Professora Associada com Agregação do Departamento de Estudos Portugueses e Românicos da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde tem lecionado sobretudo nas áreas da Literatura Comparada e dos Estudos Franceses. Doutorada em Literatura Comparada (1998) e com Agregação em Literaturas e Culturas Românicas (2010), sempre se dedicou à literatura contemporânea numa perspectiva comparatista, tendo nos últimos anos desenvolvido particular investigação no domínio das interculturalidades e das representações literárias e artísticas das migrações e do exílio. Foi Coordenadora Científica do Instituto de Literatura Comparada de Abril de 2015 até Janeiro de 2022. Coordena igualmente a base digital Ulyssei@s. Membro colaborador do CRIMIC (Université Paris IV), colabora ainda com o Programa Non-Lieux de l’Exil (Collège d’Études Mondiales – FMSH). É vice-presidente da Alliance Française do Porto. Dos livros publicados ou editados, destacam-se António Ramos Rosa. Mediação Crítica e Criação Poética (Quasi Edições, 2003. Prémio Ensaio Pen-Club); Lentes Bifocais – Representações literárias da Diáspora Portuguesa (Afrontamento, 2009), Passages et Naufrages migrants. Les fictions du détroit (com Maria de Fátima Outeirinho e José Domingues de Almeida), Paris, Harmattan, 2012; Nos & leurs Afriques. Images identitaires et regards croisés Constructions littéraires fictionnelles des identités africaines cinquante ans après les décolonisations (com Maria de Fátima Outeirinho e José Domingues de Almeida) Frankfurt, Berlin, Peter Lang, 2013.
ELISABETH BATTISTA (UNAMAT) Da dominação à resistência: percurso de Maria Archer
Elisabeth Battista é docente no Programa de Pós-graduação, Mestrado e Doutorado em Estudos Literários - PPGEL, da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT. Autora dos livros: MARIA ARCHER - O legado de uma escritora viajante, Editora Colibri, Lisboa, 2015; Sem o direito fundamental de voltar para casa? Maria Archer? Uma jornalista portuguesa no exílio, Editora Espaço Acadêmico, Goiãnia, 2019. Cultura e Literatura de Mato Grosso (organizado em parceria com Elizete Dall-Comune Hunhoff), Editora Espaço Acadêmico, Goiânia, GO, 2020; A Experiência Literária: Ensino e Leituras (organizado em parceria com Dagoberto Rosa de Jesus), Editora Espaço Acadêmico, Goiânia? GO, 2020. Possui quatro livros orgs; 40 capítulos de livros, 19 artigos publicados em periódicos; Pós-Doutorado na Universidade de Lisboa (2011-2012), e Pós-doutorado sênior pela Universidade de Aveiro (2018), no Centro de Línguas e Culturas. Integrou a Equipe do Programa Novos Talentos, CAPES/UNEMAT, Subprojeto: LINGUAGEM E TECNOLOGIARESSIGNIFICANDO A RELAÇÃO UNIVERSIDADE/ESCOLA; Fundadora do Centro de Pesquisa em Literatura - CEPLIT/UNEMAT (2007-2010); Diretora da UNEMAT Editora (2011); Editora da Revista ATHENA - periódico de alunos de Pós-graduação (atual); Editora da Revista de Estudos Acadêmicos do Curso de Letras (2002); Membro do Conselho Universitário - CONSUNI/UNEMAT (2011-2013); Membro do Conselho Regional por dois mandatos (2013- 2016); Presidiu o Conselho da Faculdade de Educação e Linguagem (2015-2018); Coordenadora da Pesquisa em Grupo: No Centro Oeste da margem: Cem Anos de relações entre Cultura e Literatura em Mato Grosso. (2013-2016); Editora do periódico Revista Ciência e Estudos Acadêmicos de Medicina da UNEMAT (2013-2018); Coordenou o Projeto de Extensão Revista Ciência e Estudos Acadêmicos de Medicina da UNEMAT; Formação: Licenciatura Plena em Letras - Português/Inglês (UNEMAT), Mestrado (FFLCH-USP - 2002) e Doutorado (FFLCH-USP - 2007), com a Tese: Entre Literatura e Imprensa: Percursos de Maria Archer no Brasil; Pós-Doutorado na Universidade de Lisboa (2011-2012), com Organização do Acervo Literário de Maria Archer, no Centro de Estudos Comparatistas, da Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa. Pós-doutorado Sênior pela Universidade de Aveiro, sob a supervisão de Maria Fernanda Brasete, Portugal (2018)
MESA 3 | 16h30 - 18h00
Moderação: Cláudia Pazos-Alonso
• ISABEL PIRES DE LIMA (FLUP - ILC), “Mulheres na Revolução: das Três Marias a
Agustina”
Professora Emérita da Universidade do Porto. Doutora Honoris Causa pela Universidade de Sófia. Investigadora do Instituto de Literatutra Comparada Margarida Losa (I&D da FCT). Estudos em Literatura Portuguesa e Comparada e em Interartes. Autora de As Máscaras do Desengano - para uma
leitura sociológica de ‘Os Maias’ de Eça de Queirós (1987), Trajectos -o Porto na memória naturalista (1989), Retratos de Eça de Queirós (2000), Visualidades – A Paleta de Eça de Queirós (2008) e editora de Eça e "Os Maias" cem anos depois (1990), Antero de Quental e o Destino de uma Geração (1993), Eça de Queirós / Paula Rego, O Crime do Padre Amaro (2001), Vozes e Olhares no Feminino (2001), C. Castelo Branco / Paula Rego, Maria
Moisés (2005); co-editora de obras sobre Agustina Bessa-Luís, José Gomes Ferreira, Óscar Lopes,Vergílio Ferreira. Centenas de artigos em revistas como Camões, Colóquio/Letras, Dedalus, Metamorfoses, Portuguese Cultural Studies, Revista da Faculdade de Letras da UP, Semear, Trans-Humanities,
Via Atlântica. Deputada à Assembleia da República (1999-2005/2008-9). Ministra da Cultura (2005-8). VicePresidente da Fundação de Serralves (desde 2016).
• MÁRCIA OLIVEIRA (Univ. Minho/CEHUM), “Womanart: Mulheres, Artes, Ditadura”
Márcia Oliveira é bolseira de pós-doutoramento FCT em Estudos Artísticos/História da Arte no CEHUM (SFRH/BPD/110741/2015) e pertence ao grupo de investigação em Género Artes e Estudos Pós-Coloniais. Licenciada em Jornalismo pela Universidade de Coimbra e mestre em Estética pela FCSH-
Universidade Nova de Lisboa concluiu o doutoramento pela Universidade do Minho em 2013 com tese sobre arte e feminismo em Portugal no contexto pós-revolução. Foi visiting scholar no Centre for Women in the Arts, Rutgers University, NJ, USA, de Agosto a Novembro de 2016. É Investigadora Co-Responsável do Projeto WOMANART: Women, arts and dictatorship: Portugal, Brasil and Portuguese speaking African countries, financiado pela FCT PTDC/ARTOUT/28051/2017) tendo como investigadora responsável Ana Gabriela Macedo.
• DEOLINDA ADÃO (Univ. Berkeley), “A audácia de escrever: uma abordagem da produção literária feminina”
Deolinda Adão é Professora e Directora Executiva do Programa de Estudos Portugueses na Universidade da Califórnia, em Berkeley. É licenciada em Literatura e Línguas Hispânicas na Universidade da Califórnia em Berkeley em 2002 e doutorada em Literaturas e Culturas Luso-AfroBrasileiras pela mesma universidade em 2007, com especialização em mulheres, género e sexualidade. O tema da sua dissertação foi “A study of the construction of feminine identity in Portuguese literature”. Publica regularmente livros e artigos sobre o género feminino, com destaque para migrações
femininas incluindo “As Herdeiras do Segredo: As Personagens Femininas na Ficção de Inês Pedrosa”. Em 2018, foi eleita Presidente da Luso-American Education Foundation, da qual já era membro desde 1996. Esta fundação dedica-se à promoção da Língua e Cultura Portuguesas no Estado da
Califórnia. É membro do Conselho da Diáspora Portuguesa desde 2013
1.2 OS COLÓQUIOS MARIA ARCHER EU E ELAS - MULHERES QUE MUDARAM OS MUNDO DOS HOMENS (fevereiro e março de 2022)
No lugar e no tempo de abertura ao público da Exposição de Homenagem a Maria Archer, entre 22 de fevereiro e 31 de março, realizou-se um ciclo de colóquios subordinado ao tema " Maria Archer, Eu e Elas - Mulheres que mudaram o mundo dos homens".
Sempre à luz do exemplo de Maria Archer, foram levados a debate e reflexão os percursos de vida de algumas ilustres portuguesas que, como ela, foram precursoras, como modelos femininos de agir, inovadoramente, no espaço público:
- Graça Guedes, Presidente da Associação Mulher Migrante, a primeira mulher, em Portugal, a fazer o doutoramento em Ciências do Desporto e a tornar-se professora catedrática nesse domínio;
- Agustina Bessa Luís, a primeira Diretora de um grande jornal nacional, o Primeiro de Janeiro, apresentada por Nassalete Miranda, que foi, por uma década, a sua sucessora nesse cargo, e é. hoje, Diretora do Jornal "As Artes entre as Letras"; .
- Amélia de Azevedo, Deputada Constituinte, e, nessa qualidade, uma das primeiras mulheres eleitas democraticamente para o nosso Parlamento, em 1975;
- Maria Lamas, contemporânea de Maria Archer, primeira jornalista profissional na história da imprensa nacional, retratada por Ilda Figueiredo, Presidente da Direção do Conselho Português para a Paz
- Ruth Escobar, a portuense que foi atriz, produtora, diretora e mudou a face do teatro no Brasil, e, também, a primeira mulher eleita deputada
à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, lembrada por um homem do teatro, José Caldas, um crítico de cinema, Danyel Guerra e pela primeira mulher Vice.Presidente da Assembleia da República, cargo para que fui eleita em 1987;
- Maria Archer, de novo, evocada pela sobrinhaneta Olga Archer, por uma amiga brasileira, Blanche de Bonneval, e por Isabel Henriques de Jesus
(Universidade Nova de Lisboa, CICS.Nova).
9 de março 3º Colóquio
Por altura do Dia Internacional da Mulher, uma homenagem às primeiras mulheres portuguesas eleitas para um parlamento democrático, em 1975. na pessoa da Deputada Constituinte AMÉLIA DE AZEVEDO, com a participação das Doutoras Maximina Girão e Nassalete Miranda e testemunhos da Drª Aurora Pereira, do Prof Levi Guerra, do Dr Rui Amaral, da Drª Manuela Aguiar e do Dr Amândio de Azevedo
16 de março, 4º Colóquio
"MARIA ARCHER e MARIA LAMAS, duas mulheres lutadoras", comunicação da Drª Ilda Figueiredo, Presidente da Direção do Conselho Português para a Paz
16 de março, 5º Colóquio
"RUTH ESCOBAR, a portuense que ajudou a mudar o Brasil". Comunicações sobre uma grande atriz, e diretora de teatro, que foi a primeira Mulher eleita Deputada à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Comunicações do Diretor teatral José Caldas, do crítico de cinema Danyel Guerra, e de Maria Manuela Aguuir, primeira Mulher eleita Vice.Presidente da Assembleia da República em Portugal
31 de março, 6º Colóquio - sessão de encerramento.
Comunicações da Profª ISABEL HENRIQUES DE JESUS ("De olhos bem abertos - nótulas sobre Maria Archer, em Eu e Elas") e da Drª OLGA ARCHER ("Recordar Maria Archer")
NOVO CICLO DE COLÓQUIOS ONLINE
Novo ciclo de colóquios está previsto, exclusivamente online, no 2º trimestre do ano. à volta das grandes causas de Maria Archer - a criação literária e artística das mulheres como expressão de liberdade e dimensão de cidadania, a compreensão da alteridade, a aproximação dos povos da lusofonia, (no trânsito da dominação colonial num novo espaço policêntrico), o feminismo como humanismo, as fronteiras de género, a desocultação do feminino na História.
Maria Archer viveu num presente de que ela já era o futuro. Foi incompreendida, perseguida pelo regime salazarista, exilada, e, como escreveu Maria Teresa Horta, "deliberadamente apagada da História". No ocaso de uma brilhante trajetória que a doença encurtou, já não encontrava ânimo para combater o esquecimento a que fora sentenciada, mas acreditava que novos tempos lhe fariam justiça.
Primeiro nos meios académicos do Brasil, agora, crescentemente, também em Portugal, uma plêiade de investigadores veio dar-lhe razão, realizar a sua esperança. A comemoração desta efeméride, em Portugal, no Porto, em Lisboa e no Brasil, é uma etapa do seu percurso de retorno.
Quarenta anos após a sua partida, Maria Archer está de volta, para ficar na História das Letras e do jornalismo, da literatura colonial, da democracia, pela qual lutou na primeira linha de intervenção, e do feminismo, cuja bandeira empunhou em meio século de ditadura e obscurantismo. Os portugueses vão descobrir que tão inspiradora é a obra como a impetuosa vida de Maria Archer.
terça-feira, 29 de março de 2022
Tarde de poesia galaico portuguesa 22 de março
https://www.facebook.com/groups/522783477863120/permalink/2407095002765282/?sfnsn=mo&ref=share
https://www.facebook.com/groups/522783477863120/permalink/2407095002765282/?sfnsn=mo&ref=share
1ª parte https://youtu.be/la7y8Vd_8Cc
segunda-feira, 28 de março de 2022
Mulheres que irromperam no mundo dos homens - colóquios (síntese)
2 DE FEVEREIRO
GRAÇA GUEDES - O Ciclo de colóquios Maria Archer Eu e Elas, que o Círculo Maria Archer organiza ao longo deste ano para comemorar a vida da grande escritora no 40º ano após a sua morete, inicia no próximo dia 2 de Fevereiro (17 horas) na Galeria da Biodiversidade, Centro de Ciência Viva da Universidade do Porto, uma programação intitulada "Mulheres que irromperam no mundo dos homens", com a intervenção de Graça Guedes, Presidente da Direção da Associação Mulher Migrante e a primeira mulher portuguesa doutorada em Ciências do Desporto e, também, a primeira Professora Catedrática desta área científica nas universidades portuguesas.
A apresentação será feita pelas Prof. Doutoras JOANA CARVALHO, Pró-Reitora da Universidade do Porto e MAFALDA RORIZ, Diretora do Departamento de Desenvolvimento Social, Desporto e Juventude da Câmara Municipal da Maia.
16 DE FEVEREIRO
AGUSTINA O Ciclo de colóquios Maria Archer Eu e Elas - Mulheres que irromperam no mundo dos homens, que o Círculo Maria Archer organiza ao longo deste ano para comemorar a vida desta grande escritora e cidadã do mundo da lusofonia, 40 anos após a sua morte, prossegue no próximo dia 16 de Fevereiro (das 17 às 18 horas) na Galeria da Biodiversidade, Centro Ciência Viva da Universidade do Porto (Rua do Campo Alegre, 1191 - Porto), com a intervenção de NASSALETE MIRANDA, Diretora do jornal "As Artes entre as Letras", sobre "AGUSTINA NA TERCEIRA PESSOA".
Nassalete Miranda falará sobre Agustina Bessa Luís numa faceta menos lembrada da sua biografia: o exercício das funções de Diretora de um histórico jornal mais do que centenário da cidade do Porto, "O Primeiro de Janeiro", em 1986/87. Incursão de Agustina num mundo de homens, em que, alguns anos depois, entre 1989 e 2009, teria como continuadora a conferencista.
9 DE MARÇO
AMÉLIA DE AZEVEDO Quinzenalmente, de 2 de fevereiro a 31 de março, o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto acolhe, na Galeria da Biodiversidade - Centro Ciência Viva, o ciclo de colóquios Maria Archer, Eu e Elas - Mulheres que irromperam no mundo dos homens, organizado pelo Círculo Maria Archer durante o período da exposição Uma homenagem a Maria Archer no 40.º aniversário da sua morte.
A terceira sessão deste ciclo, com o tema "A Deputada Constituinte AMÉLIA CAVALEIRO DE AZEVEDO, uma democrata antes e depois de Abril", terá lugar no dia 9 de março, pelas 16h00. Assinalando o Dia Internacional da Mulher, o Circulo Maria Archer, em parceria com a Associação de Antigos Alunos do Liceu Rainha Santa Isabel, traz-nos um debate de homenagem às primeiras mulheres eleitas para a Assembleia da República na pessoa da deputada Amélia Cavaleiro de Azevedo, com intervenções de Nassalete Miranda e Maximina Ribeiro e testemunhos de Amândio de Azevedo, Aurora Pereira, Levi Guerra e José Carlos De Azevedo.
16 DE MARÇO
O ciclo de colóquios Maria Archer, Eu e Elas - Mulheres que irromperam no mundo dos homens, organizado pelo Círculo Maria Archer durante o período da exposição Uma homenagem a Maria Archer no 40.º aniversário da sua morte, prossegue no dia 16 de março, com um sessão dupla em que serão recordadas mais duas portuguesas que se destacaram no combate pela liberdade, em tempo de ditadura: Maria Lamas e Ruth Escobar.
MARIA ARCHER E MARIA LAMAS, O PERCURSO DE DUAS MULHERES LUTADORAS
Maria Archer e Maria Lamas eram ainda adolescentes quando a "Liga Republicana das Mulheres Portuguesas" foi criada, nas vésperas da Revolução de 1910, e quando o movimento feminista português atingiu o seu ponto alto, no período histórico da 1.ª República, mas estavam destinadas a continuá-lo, defendendo os mesmo ideais durante o chamado "Estado Novo", com sacrifício das suas carreiras e da sua segurança. Eram mulheres independentes, que viviam do jornalismo, da escrita, e da escrita faziam arma de combate pela Liberdade. Ambas se viram forçadas a partir para o exílio e, no país e no estrangeiros, nos deixaram o seu exemplo de coerência e coragem e, também, obras intemporais de enorme valor literário, etnográfico e político.
Esta sessão contará com a intervenção da Presidente da Direção do Conselho Português para a Paz e Cooperação, ILDA FIGUEIREDO.
TRIBUTO A RUTH ESCOBAR, A PORTUENSE QUE AJUDOU A MUDAR O BRASIL
Nascida no Porto, Ruth Escobar (1935-2017) emigrou ainda adolescente para o Brasil, país onde se tornaria uma das grandes referências e protagonistas do teatro brasileiro, no último meio século. Foi também a primeira mulher eleita no Brasil como Deputada Estadual (de São Paulo) e a primeira representante do Brasil na ONU para o acompanhamento da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres. Seja como atriz, produtora, empresária, animadora sociocultural, cidadã civicamente empenhada, Ruth Escobar recolhe o reconhecimento dos meios artísticos, culturais e políticos do Brasil.
Esta sessão, um tributo afetivo e afetuoso à vida, obra e memória atriz portuense, contará com intervenções de DANYEL GUERRA, JOSÉ CALDAS e MARIA MANUELA AGUIAR.
31 DE MARÇO
MARIA ARCHER O ciclo de colóquios "Maria Archer, eu e elas - mulheres que irromperam no mundo dos homens" e a exposição de homenagem a Maria Archer, promovidos, na cidade do Porto, pelo Círculo de Culturas Lusófonas Maria Archer, no 40º ano da sua morte, terminou no dia 31 de março.
O colóquio final centrou-se no percurso de vida e na obra Escritora, com a apresentação das comunicações "De olhos bem abertos - Nótulas sobre Maria Archer, em Eu e Elas" de Isabel Henriques de Jesus (CICS.Nova), e "Recordar Maria Archer" de Olga Archer, (sua sobrinha neta). Moderadora: Maria Manuela Aguiar.
Seguiu-se convívio com os artistas participantes na Exposição, nesse último dia da sua abertura ao público, no belíssimo espaço, antiga casa de infância de Sophia de Mello Breyner, que Reitoria da Universidade do Porto pôs à nossa disposição do Círculo Maria Archer.
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