quinta-feira, 13 de maio de 2010

Uma última tomada de posse

















Desta vez, é mesmo a última.
Na verdade, num percurso político definitivamento atípico, só me falta mesmo ser, aos 70 anos, presidente ou vogal de Junta de freguesia - depois de ter, aos 35, "assentado praça em general", na governação do País (em duas Secretarias de Estado de boa memória).
E, por sinal, em governos daqueles que fazem "curriculum".
Executivos sérios, e a sério, que não podem confundir-se com estes "arremedos" de governação, farsas espalhafatosas e ruinosas, que temos suportado no século XXI.
Primeiro a pasta do Trabalho, com MOTA PINTO. Depois, a emigração, com SÁ CARNEIRO.
Continuei no seguinte com Balsemão, a quem me desunia um forte sentimento de antipatia mútua. Na verdade, quem lutou pela minha permanência foi o líder do outro partido da coligação, com quem tinha directamente trabalhado no MNE...
Saí, na primeira oportunidade - que foi uma remodelação parcial, ao fim de 8 meses - após ter protestado contra a magreza do orçamento destinado às comunidades do estrageiro (um orçamento "vergonhoso", disse numa entrevista ao Diário Popular que fez com isso manchete, em letras gigantescas - na mesma data, Bráz Teixeira o titular da Cultura, também foi "saneado por ter adjectivado o seu orçamento de "ridículo"...).
Porém, retornei, reincidi, a convite de MOTA PINTO no Governo do Bloco Central, presidido por MÁRIO SOARES. E cometi o erro de me manter na equipa de CAVACO SILVA - aquele em que os secretários de Estado desceram à categoria de "adjuntos de ministro". Para esses "downgrades" eu não tenho vocação...
Não me importo nada de ser adjunta, mas adjunta mesmo, como fui, por exemplo, de Rui Machete, pouco depois do 25 de Abril. Os conteúdos funcionais devem corresponder às designações!
No termo dessa experiência traumatizante, com um MNE que chamava Rússia à União Soviética, por genuína confusão de terminologia, e que dava despachos a lápis, recusei-me a ser deputada pelo círculo de emigraçaõ, dando o claro sinal de que queria "mudar de Vida".
Mudei!
Acolheram-me na lista do PORTO!
E fui, surpresa das surpresas, depois das eleições, instada pelo PSD do Prof. Cavaco, a candidatar-me à Vice-presidência da Assembleia, lugar jamais dirigido por voz feminina. Isto é, o grupo parlamentar do partido, então liderante, apresentou o meu nome para esse cargo, o 2º na lista de sucessão do Presidente da República, como, noutro dia, aqui em Espinho, recordava o Carlos Luiz.
No parlamento português tomei posse atrás de posse, durante 17 anos, e, na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, em Estrasburgo, durante 13.
Retirei-me em 2005, quando Santana Lopes chegou ao poder. Não me mandaram embora, mas eu achei que estava na hora de pôr ponto final na actividade política, porque as sintonias com aquela nova vaga directiva escasseavam (nada contra as pessoas, como pessoas!).
A simpatia por Luis Montenegro, que é um jovem que muito admiro, levou-me a integrar a sua lista autárquica em Espinho. E, 4 anos depois, acabei por ficar na lista, sem Montenegro e com um grupo que não me conhece, nem eu conheço, excepto muito superficialmente.
Uma aventura - a última. Em curso, ainda.

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