sexta-feira, 8 de julho de 2011

Quando, de longe a longe a capital ganha campeonatos de futebol...

2010...

Conhecem a expressão:
"Somos todos iguais, mas há uns que são mais iguais do que outros".
Li a fábula de ORWEL, na versão inglesa, há muitos anos. Foi leitura obrigatória - e deliciosa - de um dos trimestres do curso do British Institute de Coimbra, onde tirei o meu "Lower Certificate", pela Universidade de Cambridge.
Parece que em português a tradução é "O triunfo dos porcos". Não tenho a certeza, e, de qualquer forma, não é de porcos que quero falar. É de discriminação - e, por acaso, de discriminação em caso de triunfo.
De uma vergonhosa e escandalosa discriminação, absolutamente paradigmática do centralismo português, que se estende da política ao desporto.
Há cidades ou regiões mais iguais do que outras. Há portugueses mais iguais do que outros. Há clubes de futebol mais iguais do que outros.
Ao longo de 4 anos, o campeão nacional deste desporto, no dia em que ganhou a Liga, não mereceu nos telejornais das várias televisões mais do que uns minutos.
O vencedor era o FCP - um clube do norte do país.
Hoje, todas as televisões nacionais - RTP-1, SIC, TVI, SIC-Notícias, RTPN e TVI 24 estão a dar intragáveis e repetitivas reportagens, todas de uma inevitável similitude, há cerca de 90 minutos, sobre a vitória do SLB - clube da capital da Republica - no campeonato.
Nos TELEJORNAIS!
Haverá algum país do mundo civilizado onde aconteça coisa semelhante?
Já imaginaram uma vitória do Paris-St Germain a dominar por completo os telejornais de França? Ou a vitória do Chelsea a monopolizar os da Grã-Bretanha??
No que respeita aos canais privados, não haverá muito a fazer - apenas "zapping" para outro canal... É ridículo, é quarto-mundista, mas é o mercado a funcionar, deploravelmente. Constata-se (um "galicismo", eu sei...).
Em relação às que pertencem ao Estado, acho que esta discriminação deveria ser objecto de protesto, de análises comparativas com o que aconteceu em anos anteriores, de denúncia desta vergonhosa parcialidade e de sanção, naturalmente.
Que ideia é esta de "serviço público"? É para isto que eu pago taxa de rádio e de televisão na factura da electricidade?
Até às 22.00 h, a única alternativa, em canal aberto, para os teleespectadores, foi a RTP2, onde passou um programa sobre HITLER!...
Que praga! Que fantochada!

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