terça-feira, 4 de agosto de 2009

VIAGENS ENTRE PORTUGUESES

Fotografias nas sete partidas do mundo.
Com comitivas (sempre pequenas...) ou sem comitivas, mesmo nos tempos do governo.
Sozinha, ou com uma ou outra das primas, de várias gerações ( mas sem nunca trocar passagens de 1ª classe por económica, como alguns ilustríssimos deputados, dos mais ilustres da Nação, faziam para suportar as despesas da família...).
Podia era acontecer, e aconteceu, que as convidadas seguissem lá atrás, no fundo do avião.

Gente nova tem idade para isso...
Fotos, todas, de boa memória!











































































5 comentários:

  1. As primeiras fotos são dos primeiros governos.
    Em 1980, visita a uma escola portuguesa de Montreal, na companhia do consul-geral. Em 1979, no Ministério do Trabalho, assinatura de um protocolo de regionalização dos serviços do Trabalho na Região Autónoma dos Açores.
    A primeira fotografia a cores é da Madeira.
    Eu tinha ido de manhã. Passei o dia em conversações com o colega da Região Autónoma, que era o Bazenga Marques.
    Só à noite chegaram o Ministro Marques de Carvalho e o Secretário de Estado do Emprego, o meu amigo e contemporâneo de Coimbra João Padrão.
    Um homem muito inteligente, e também, encantador. Rigoroso e eficaz como governante, companhia divertidíssima, com o seu sentido de humor, como colega. Aqui está ele de perfil.

    ResponderEliminar
  2. O João está de perfil e de barbas. O outro homem de barbas está de frente e é o Bazenga.
    Levei a missão como Secretária de Estado a bom termo, graças ao João Padrão. Vezes sem conta, resisti à vontade apresentar a demissão, porque ele me convencia a continuar!
    As relações difíceis eram, diga-se, com o ministro, mais propriamente com o chefe de gabinete, que se achava superior hierárquico do meu chefe de gabinete.
    Mil vezes lhe expliquei que o meu gabinete só respondia perante mim e que eu não admitia interferências...
    Uma coisa era a relação Ministro- Secretário de Estado, ou até a relação do Ministro com os funcionários dependentes da Secretaria de Estado, já que o Ministro podia avocar competências delegadas no seu (ou sua) Secretário (a). Outra a dos membros do Gabinete, que são de nomeação pessoal, de confiança pessoal, face ao "exterior". E mesmo o Ministro estava, nesta minha concepção, numa esfera exterior...
    Acrescia que o meu chefe de Gabinete era um ilustríssimo jurista, especializado em Direito Administrativo, meu colega do Serviço de Provedor de Justiça, que ali estava em pé de igualdade comigo e a fazer-me um enorme favor.
    Não podia permitir que um chefe de gabinete de 2ª classe, mesmo que nomeado pelo Senhor Ministro, se atrevesse a dar ordens a quem trabalhava directamente comigo.
    Pu-lo em sentido, em várias ocasiões, mas as desinteligências acabaram por contaminar o ambiente - só desanuviado pelo excelente e providencial mediador em que se tornou o João...

    Mais tarde, quando cada um foi para seu lado, o Ministro e eu, tudo passou a correr muito bem entre nós. Convidava-me para o lançamento dos seus interessantes livros de poemas, sempre simpático e afável.
    E eu confesso que me deixei influenciar, no comportamento em diversos Executivos seguintes, pelo seu estilo de governação: decisões rápidas, exigência de resultados, afrontamento de tudo e todos, se necessário.
    À la Marques de Carvalho!

    ResponderEliminar
  3. Não tolerei, em geral, com algumas caritativas excepções, incompetência à minha volta, ao longo dos quase 7 anos em que estive em cinco governos.
    Isto é, nos meus gabinetes, nas chefias que me cabia nomear, porque na função pública não se pode tocar... Há que aproveitar o bom e sofrer o mau - e há os muito bons e os muito maus funcionários!
    Mas uma coisa posso alegar em meu favor: nunca, jamais, em caso algum, fiz um saneamento político.
    Pelo contrário. Não exitei em manter em cargos de responsabilidade e mesmo nos gabinetes pessoas de outros partidos, à esquerda e à direita, desde que lhes reconhecesse competência.
    Logo nesse 1º governo (o, para mim, inesquecível governo Mota Pinto) fui pressionadíssima para "correr" com uma das secretárias pessoais.
    Ela tinha estado, nessa qualidade, no gabinete do meu antecessor, numa equipa conotada com o PCP - tão conotada que determinou a queda do Governo Nobre da Costa no parlamento...
    Mas eu tinha todas as razões para acreditar na sua independência face a quaisquer directivas partidárias. Era colega da outra secretária, dos tempos do ISLA, que a conhecia bem, vinha recomendada, com os maiores elogios, pelo Doutor Xavier de Basto, professor de Coimbra e Secretário de Estado da Presidência, um homem superlativamente inteligente e, claro, desprovido desses complexos partidários próprios da detestável rapaziada dos aparelhos.
    Eramos um governo de independentes, de nomeação presidencial, e, por isso, não havia entre nós essa espécie de "fauna". Mas havia a consciência de que naquele ministério era, então, particularmente necessário o sigilo, a absoluta confiança política nos colaboradores próximos, porque a luta passaria sobretudo por ali, como passou...
    Daí a pressão para que afastasse uma antiga "colaboradora do inimigo".
    Eu não via as coisas assim. O Dr. Xavier de Basto também não. Dava para perceber que ela, funcionária como qualquer outra dos serviço da Presidência, era uma boa profissional e um bom caracter.
    Recusei-me a demiti-la.
    Lembro-me da ameaça directa do Ministro:
    Se houver uma fuga de informação é do seu gabinete, porque o meu e o do João Padrão são de inteira confiança-
    E eu respondi:
    Com certeza! Se houver fuga de informação é do meu gabinete!
    E retirei-me, despreocupada.
    Fugas foi o que não houve nunca!

    ResponderEliminar
  4. Dentro do meu Gabinete muito nos divertíamos a imaginar as reacções do Ministro se lhe passasse pela cabeça que essa Secretária, a Ana, tinha, nos Governos Provisórios, sido intérprete de inglês do 1º Ministro Vasco Gonçalves.
    Sobre isto é que não podia haver "fuga de informação"!

    ResponderEliminar
  5. No governo seguinte, em 1980, nova atitude de pragmática resistência ao radical afastamento dos colaboradores do anterior governo (o governo Pintasilgo).
    O Ministro dos Negócios Estrangeiros mandou substituir todo o pessoal que tinha trabalhado com os membros desse Executivo, de cor oposta. Cheguei com a minha excelente equipa, o Luís (ex director Geral do MT), a Ana, a Milú, mas ninguém localizava os dossiers naquele universo novo...
    Quando soube que as secretárias do serviço de apoio estavam inactivas no andar de baixo, resolvi ignorar a interdição ministerial e mandei-as chamar. E tudo correu às mil maravilhas. Não sei se o MNE tomou ou não comhecimento da minha desobediência. Nunca comentou nada.

    ResponderEliminar